Por Martin Petty
DOHA (Reuters) - O técnico do Irã, Carlos Queiroz, criticou o ícone do futebol alemão Juergen Klinsmann por criticar a conduta de seu time na Copa do Mundo, chamando seus comentários de "vergonha para o futebol" e cobrando que deixe seu cargo na Fifa, enquanto a federação de futebol do Irã exigiu um pedido de desculpas.
Em comentários como analista da emissora BBC, Klinsmann, vencedor da Copa do Mundo de 1990, acusou o Irã de "catimba sistemática" durante a impressionante vitória por 2 x 0 sobre o País de Gales, na sexta-feira, e disse que o histórico de Queiroz com outras seleções nacionais fez dele a pessoa certa para o Irã.
"Essa é cultura deles e essa é maneira deles de fazer isso, e é por isso que Carlos Queiroz se encaixa muito bem na seleção iraniana", disse Klinsmann, ex-técnico da seleção dos Estados Unidos.
"Isto não é por coincidência, tudo isto é propositalmente. É apenas parte da cultura deles, é assim que eles jogam e trabalham o árbitro... constantemente em seus ouvidos, eles estão constantemente falando de perto com ele no campo", acrescentou.
"Esta é a cultura deles e eles fazem com que você perca seu foco e sua concentração, o que realmente é importante para você", acrescentou.
O Irã jogará contra os Estados Unidos em uma partida decisiva do Grupo B na terça-feira e tem uma chance de chegar às oitavas de final da Copa do Mundo pela primeira vez.
Queiroz, de 69 anos, que foi treinador do Real Madrid, Portugal e Manchester United, e que está em sua segunda passagem como técnico do Irã, disse que ninguém poderia ferir a integridade de sua equipe.
"Você questiona meu caráter com um típico julgamento preconceituoso de superioridade", disse ele em uma mensagem para Klinsmann nas redes sociais, em comentários compartilhados pela seleção do Irã.
"Não importa o quanto eu possa respeitar o que você fez dentro do campo, esses comentários sobre a cultura iraniana, a seleção iraniana e meus jogadores são uma vergonha para o futebol".
Queiroz chamou os comentários de "indignantes".
A federação de futebol do Irã disse que havia buscado esclarecimentos da Fifa e exigiu que Klinsmann pedisse desculpas e se demitisse de seu papel junto ao Grupo de Estudos Técnicos da Fifa.
A federação iraniana também convidou Klinsmann a visitar o campo de treinamento da seleção iraniana na Copa do Mundo "para uma palestra sobre a milenar cultura persa e os valores do futebol e do esporte".
"Como ex-jogador, ele não será julgado por seus famosos mergulhos dramáticos. E com certeza, como profissional do futebol, ele não será julgado por nenhum outro assunto político ou histórico relacionado a seu país", acrescentou.