Por Jessica Bahia Melo
Investing.com – A resseguradora IRB (BVMF:IRBR3) apresentou piora nos resultados referentes ao terceiro trimestre deste ano, com prejuízo líquido de R$ 298,7 milhões, contra outra baixa de R$ 155,7 milhões no mesmo período do ano passado. Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado, o BTG (BVMF:BPAC11) demonstra preocupação com os números e questiona quando o sangramento deve parar.
Segundo a IRB, os indicadores foram afetados pelos efeitos climáticos, que provocaram a quebra de safras no país, o que resultou em sinistros vultosos para seguradoras e resseguradoras. Às 11h33 (de Brasília), os papéis desabavam 5,81%, a R$0,81.
De acordo com release de resultados da IRB, o caixa consumido pelas operações no terceiro trimestre totalizou R$789,5 milhões, diante de uma geração de caixa de R$604,8 milhões no 3T21. “O consumo de caixa nesse trimestre deu-se, principalmente, pelo menor volume de prêmios, decorrente dos ajustes na política de subscrição, e pelo maior pagamento de sinistros, com destaque para os adiantamentos contratuais feitos a seguradoras no segmento Rural”, disse a empresa, indicando que os recursos do aumento de capital, de R$1,2 bilhão, são reportados como atividade de financiamento e não constam no fluxo das operações da companhia.
Em relatório, os analistas do BTG Eduardo Rosman, Thiago Paura e Ricardo Buchpiguel ponderam que o aumento de capital recente pode ser insuficiente diante de outra perda em magnitude semelhante. “Não forneceu grande almofada”, apontam.
Segundo o banco, o prejuízo representa valor três vezes acima das expectativas.
Os analistas continuam cautelosos e avaliam que o IRB pode gerar lucro novamente no médio prazo, mas se isso não ocorrer em breve, acreditam em riscos de rebaixamentos por agências de rating e a necessidade de outro aumento de capital.
A recomendação do BTG é neutra para os papéis, com preço-alvo de R$1,30.