Por Graham Fahy e Padraic Halpin
DUBLIN (Reuters) - A Irlanda lamentou nesta quinta-feira a morte de Sinead O'Connor, a cantora lembrada por sua voz comovente nos palcos e que dizia verdades desconfortáveis fora deles.
O'Connor, mais conhecida pelo hit de 1990 "Nothing Compares 2 U", morreu na quarta-feira, aos 56 anos. A polícia a encontrou inconsciente em um endereço em Londres. Sua morte não está sendo tratada como suspeita, disse a Polícia Metropolitana de Londres.
O presidente irlandês, Michael D. Higgins, liderou as homenagens de todo o mundo na quarta-feira, elogiando seu destemido compromisso com as questões importantes que ela trouxe à atenção do público, "não importa o quão desconfortáveis essas verdades possam ter sido".
A cabeça raspada e os olhos penetrantes, marca registrada de O'Connor, estavam na capa de todos os jornais da Irlanda e de muitos no exterior, enquanto os programas de rádio locais foram dominados por contribuições de outros artistas, ouvintes emocionados e pela música da cantora nascida em Dublin.
A colunista Una Mullally escreveu no Irish Times sobre como a sociedade irlandesa alcançou O'Connor nos últimos anos, quando as pessoas foram "liberadas o suficiente para compreender abertamente e apreciar sua grandeza em escala", abraçando-a de uma nova maneira.
A famosa declaração de O'Connor sobre "lutar contra o verdadeiro inimigo" depois de rasgar uma foto do Papa João Paulo II durante uma aparição na televisão em 1992 no programa norte-americano "Saturday Night Live" a tornou uma figura controversa em seu país e no exterior no auge de sua fama.
Quando a influência da Igreja Católica na Irlanda começou a desmoronar em questão de anos devido a uma série de escândalos de abuso sexual infantil, isso mostrou que a cantora estava "muito à frente de seu tempo", disse o gerente de teatro Stephen Faloon na quinta-feira.