Por Josh Arslan e Yimou Lee e Ben Blanchard
FUZHOU, China/TAIPÉ (Reuters) - Setenta e um aviões militares chineses cruzaram a linha mediana do Estreito de Taiwan neste sábado, com a China começando exercícios em torno de Taiwan, irritada pela reunião da presidente taiwanesa Tsai Ing-wen com o presidente da Câmara dos Estados Unidos.
Os exercícios de três dias, anunciados no dia seguinte ao retorno de Tsai dos Estados Unidos, eram esperados por muitos, após Pequim condenar a reunião que ela teve na quarta-feira com o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, em Los Angeles.
A China considera Taiwan, com um governo democrático, como parte do seu território e nunca renunciou ao uso de força para trazer a ilha para o seu controle. O governo de Taiwan se opõe com veemência à reivindicação da China.
O anúncio de Pequim também aconteceu apenas horas depois de a China sediar uma visita de líderes importantes da Europa.
O Exército de Libertação Popular chinês disse que havia começado patrulhas de prontidão de combate e exercícios em torno de Taiwan, tendo dito anteriormente que os realizaria no Estreito de Taiwan e ao norte, sul e leste de Taiwan, “como planejado”.
“Este é uma alerta sério às forças separatistas de independência de Taiwan e ao conluio e provocação de forças externas e é uma ação necessária para defender a soberania nacional e integridade territorial”, disse o Comando do Teatro Oriental do exército chinês em comunicado.
O Ministério da Defesa de Taiwan disse que, até as 16h deste sábado (horário local), havia identificado 71 aeronaves chinesas, incluindo caças e bombardeiros, cruzando a linha mediana que normalmente serve como uma barreira não oficial entre os dois lados, além de nove navios chineses.
A China estava usando a visita de Tsai aos EUA “como uma desculpa para realizar exercícios militares, o que danificou com seriedade a paz, a estabilidade e a segurança da região”, disse o ministério em um comunicado.
“O exército responderá com uma atitude calma, racional e séria, ficará de guarda e monitorará de acordo com os princípios de ‘não escalar, nem disputar’ para defender a soberania nacional e a segurança nacional”.