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Israel rejeita acusações de genocídio na Corte Internacional

Publicado 12.01.2024, 08:01
Atualizado 12.01.2024, 08:05
© Reuters. Corte Internacional de Justiça em Haia
 11/1/2024   REUTERS/Thilo Schmuelgen

Por Anthony Deutsch e Toby Sterling e Stephanie van den Berg

HAIA (Reuters) - Israel rejeitou nesta sexta-feira como "grosseiramente distorcidas" as acusações apresentadas pela África do Sul em corte da ONU de que sua operação militar em Gaza é uma campanha de genocídio liderada pelo Estado contra a população palestina.

O país pediu aos juízes que rejeitem o pedido da África do Sul para interromper sua ofensiva, dizendo que isso o deixaria indefeso, e que a Corte Internacional de Justiça (CIJ) não tem jurisdição, sob a Convenção de Genocídio, para ordenar a suspensão das suas ações militares na Faixa de Gaza.

"Isto não é genocídio. A África do Sul nos conta apenas metade da história", disse o advogado de Israel Malcolm Shaw.

A África do Sul, que entrou com o processo na CIJ em dezembro, pediu aos juízes na quinta-feira que impusessem medidas de emergência ordenando que Israel interrompesse imediatamente a ofensiva.

Disse que a ofensiva aérea e terrestre de Israel - que destruiu grande parte do estreito enclave costeiro e matou mais de 23.000 pessoas, de acordo com as autoridades de saúde de Gaza - tem como objetivo provocar "a destruição da população" de Gaza.

A interpretação dos eventos pela África do Sul foi "grosseiramente distorcida", disse o consultor jurídico do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Tal Becker, ao tribunal.

"Se houve atos de genocídio, eles foram perpetrados contra Israel", acrescentou: "O Hamas busca o genocídio contra Israel."

Israel lançou sua guerra total em Gaza depois de um ataque transfronteiriço em 7 de outubro por militantes do Hamas, que jurou destruir Israel. As autoridades israelenses disseram que 1.200 pessoas foram mortas e 240 levadas como reféns a Gaza.

"O terrível sofrimento dos civis, tanto israelenses quanto palestinos, é, antes de tudo, resultado da estratégia do Hamas", disse Becker, acrescentando que Israel tinha o direito de se defender. O Hamas nega as alegações israelenses de que seus militantes se escondem entre os civis.

"Israel está em uma guerra de defesa contra o Hamas, não contra o povo palestino, para garantir que eles não tenham sucesso", afirmou Becker, acrescentando: "O principal componente do genocídio, a intenção de destruir um povo no todo ou em parte, está totalmente ausente".

Apoiadores palestinos com bandeiras marcharam por Haia e planejavam assistir aos procedimentos em um telão em frente ao Palácio da Paz. Enquanto Becker falava, eles gritavam: "Mentiroso! Mentiroso!"

© Reuters. Corte Internacional de Justiça em Haia
 11/1/2024   REUTERS/Thilo Schmuelgen

Os apoiadores israelenses realizaram uma reunião separada de familiares de reféns tomados pelo Hamas.

As decisões da CIJ são definitivas e sem apelação - mas o tribunal não tem como aplicá-las.

A Convenção sobre Genocídio de 1948, promulgada após o assassinato em massa de judeus no Holocausto nazista, define genocídio como "atos cometidos com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso".

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