GOTEMBURGO, Suécia (Reuters) - A seleção espanhola feminina de futebol foi alvo de “discriminação sistemática” nas últimas décadas, afirmou nesta quinta-feira a jogadora Alexia Putellas após um impasse com a federação nacional sobre sexismo e equidade de gênero no esporte.
As jogadoras se recusaram a defender a Espanha em solidariedade à colega de seleção Jenni Hermoso, após o então presidente da federação, Luis Rubiales, ter dado um beijo nela -- alegadamente sem consentimento -- durante as comemorações pela conquista da Copa do Mundo feminina, no mês passado.
Putellas, duas vezes vencedora da Bola de Ouro como melhor jogadora do mundo, deu entrevista em Gotemburgo antes da partida contra a Suécia pela Liga das Nações, na sexta-feira, e afirmou que novos protocolos precisam ser estabelecidos para que a situação que envolveu Hermoso não se repita.
Após negociações que continuaram até a madrugada de quarta-feira, a maioria das jogadoras concordou em encerrar o boicote em troca de uma substituição da direção da federação.
A zagueira espanhola Irene Paredes disse que o conflito com a federação pode ser um “ponto de inflexão”, embora as jogadoras ainda precisam ver “uma luz no fim do túnel”, apesar do apoio recebido por mulheres de todo o mundo.
Paredes afirmou que as jogadoras se sentiram solitárias durante boa parte do impasse com a federação e criticou o governo espanhol pela demora em intervir na situação.