Por Marco Aquino
LIMA (Reuters) - A Justiça Eleitoral do Peru anunciou que nomeará nesta segunda-feira o socialista Pedro Castillo como vencedor da eleição presidencial do Peru, chamando-o de "presidente eleito" em um comunicado enviado a repórteres anunciando a cerimônia para esta noite.
O comunicado foi enviado depois que a candidata de direita, Keiko Fujimori, reconheceu a derrota na eleição, mas disse que o rival socialista venceu de maneira "ilegítima", e prometeu mobilizar seus apoiadores.
Castillo, professor de 51 anos, ganhou o segundo turno de 6 de junho pela estreita margem de 44.000 votos (50,12% dos votos contra 49,88%), mas o resultado oficial foi adiado por semanas devido a recursos apresentados por Fujimori com o objetivo de anular algumas cédulas por suposta fraude, apesar de poucas evidências.
"O Peru Livre (partido de Castillo) roubou milhares de votos de nós no dia das eleições", disse Fujimori em entrevista coletiva, na qual pediu uma grande mobilização de seus apoiadores contra o que descreveu como a proclamação "iminente e ilegítima" da vitória de Castillo.
“Peço a todo o país para entrar em uma nova fase com todos os direitos que a lei e a Constituição nos conferem, peço aos peruanos que não desistam e avancem lançando uma grande defesa democrática”, afirmou.
O segundo turno eleitoral foi questionado por Keiko Fujimori e alguns partidos de direita que a apoiaram, mas a Organização dos Estados Americanos (OEA), União Europeia, Departamento de Estado dos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido declararam, separadamente, que as eleições no Peru foram transparentes.
(Reportagem de Marco Aquino)