Por Tim Cocks
JOHANESBURGO (Reuters) - O grupo Ladysmith Black Mambazo cantou suas calorosos canções em homenagem ao ícone da paz Nelson Mandela no domingo, com um intervalo forçado de 45 minutos causado por um dos cortes de energia que se tornaram parte da vida cotidiana na África do Sul.
O show no principal teatro de Johanesburgo, um dia antes do Dia Mandela declarado pela ONU no aniversário do ex-líder sul-afriano, celebrou a vida do homem que conduziu a África do Sul das algemas do apartheid à democracia multirracial, evitando por pouco uma guerra civil.
"Madiba tem sido uma inspiração para nós", disse Sibongiseni Shabalala, membro da banda e filho do falecido fundador do grupo, Joseph Shabalala, usando o nome do clã de Mandela.
"Ele estava na prisão para as pessoas conseguirem liberdade, mesmo quando eles diziam 'ok, nós vamos te libertar se você (desistir)' ... ele disse 'não, minha liberdade é a liberdade do meu povo'", afirmou Shabalala à Reuters antes do show.
Formado na década de 1960, o coral ritmado aprimorou a música zulu tradicional com um toque de ragtime e a exportou para o mundo, ficando famoso por meio de uma colaboração com Paul Simon no álbum dele de 1986 "Graceland".
Também cantou músicas com Dolly Parton, George Clinton, Michael Jackson e outros grandes nomes.
"Meu pai nos ensinou que uma boa música é aquela que todos podem ouvir. Uma música que unirá as pessoas", disse Sibongiseni Shabalala, relembrando o membro fundador que morreu no início de 2020.
Mandela morreu em dezembro de 2013, aos 95 anos, em decorrência de problemas de saúde.