Por Philip Pullella e Waakhe Simon Wudu
JUBA (Reuters) - O papa Francisco disse neste sábado que as igrejas no Sudão do Sul “não podem continuar neutras” e precisam levantar sua voz contra a injustiça e o abuso de poder, durante uma missão de paz conduzida por ele e outros líderes cristãos no país mais novo do mundo.
Em seu primeiro dia completo no Sudão do Sul, Francisco falou a bispos, padres e freiras católicos na catedral de Santa Teresa, na capital Juba, enquanto o arcebispo de Canterbury e o chefe da Igreja da Escócia realizavam missas em outros locais.
O Sudão do Sul se separou do Sudão em 2011, mas entrou em guerra civil em 2013, com grupos étnicos lutando entre si. Apesar de um acordo de paz em 2018 entre os dois principais antagonistas, os conflitos interétnicos continuaram a matar e deslocar muitos civis.
“Irmãos e irmãs, nós também somos convocados a interceder pelo nosso povo, a levantar a voz contra a injustiça e o abuso de poder que oprimem e usam violência para atender seus próprios fins”, disse Francisco, acrescentando que líderes religiosos “não podem continuar neutros diante da dor causada por atos de injustiça”.
Há 2,2 milhões de pessoas deslocadas internamente no Sudão do Sul, de uma população de cerca de 11,6 milhões, e outras 2,3 milhões fugiram do país como refugiadas, segundo a ONU.
Pobreza extrema e fome são comuns. Dois terços da população precisam de assistência humanitária por causa do conflito e também por três anos de enchentes catastróficas.
((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447702)) REUTERS AC