SÃO PAULO (Reuters) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste sábado que, caso seja eleito presidente no domingo, pretende fazer uma sequência de viagens ao exterior o mais brevemente possível para recuperar as relações internacionais do Brasil.
“Quero tentar fazer logo uma viagem para tentar restabelecer nossa relação com América Latina, os Estados Unidos, a União Europeia, a China. Pretendo fazer essa viagem para restabelecer o padrão internacional de relação desse país”, disse o ex-presidente em entrevista coletiva antes de caminhada em São Paulo com seu candidato ao governo do Estado, Fernando Haddad (PT).
A caminhada na Avenida Paulista na véspera do segundo turno da eleição contou com a participação ainda do candidato a vice na chapa de Lula, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), e o ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica, entre outros aliados.
Na entrevista, Lula voltou a repetir que o Brasil está isolado como nunca esteve por conta do presidente Jair Bolsonaro (PL), seu adversário no segundo turno. Segundo o petista, o candidato à reeleição “não consegue ter relações com ninguém” e “arruma briga com todos os vizinhos”.
De acordo com fontes ouvidas pela Reuters, a intenção de Lula é tentar um giro por Argentina e Estados Unidos, se houver convite, em caso de vitória no domingo. No entanto, a avaliação é que o tempo de transição é curto e vai depender também do clima pós-eleição no país.
Se Bolsonaro criar dificuldades na transição em caso de derrota nas urnas, a possibilidade de Lula viajar para o exterior diminui, de acordo com as fontes.
Neste sábado, o jornal francês Le Monde publicou um artigo de Lula em que o ex-presidente faz uma série de acenos à comunidade internacional, principalmente em relação à preservação da Amazônia, além de fazer uma série de críticas ao comportamento de Bolsonaro na arena externa.
Lula tem aparecido à frente de Bolsonaro na maioria das pesquisas de intenção de voto para o segundo turno da disputa presidencial, no domingo.
(Por Lisandra Paraguassu; Edição de Pedro Fonseca)