BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta terça-feira uma ação conjunta do Brics para evitar que o conflito entre Israel e o Hamas em Gaza se espalhe pelo Oriente Médio, citando a possibilidade de ação do grupo agora ampliado com a presença de quatro países da região.
"Devemos atuar para evitar que a guerra se alastre para os países vizinhos. É valiosa e imprescindível a contribuição do Brics, em sua nova configuração, junto a todos os atores em favor da autocontenção e da des-escalada", afirmou o presidente durante cúpula virtual extraordinária do bloco chamada pela África do Sul para discutir a situação em Gaza.
Na última reunião do Brics, em setembro, foi aprovada a entrada de seis novos membros, sendo quatro deles do Oriente Médio: Egito, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
Lula também voltou a cobrar mudanças no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), citando a demora da entidade em aprovar uma resolução sobre tréguas humanitárias em Gaza, o que só ocorreu na semana passada.
"A paralisia do Conselho é mais uma demonstração da urgência da sua reforma", afirmou, chamando a situação em Gaza de "tragédia humanitária."
Lula ainda voltou a dizer que a solução para a região passa pela criação de um Estado palestino, e chamou a atenção para a situação na Cisjordânia, criticando os assentamentos judaicos na região.
"Não podemos esquecer que a guerra atual também decorre de décadas de frustração e injustiça, representada pela ausência de um lar seguro para o povo palestino. É fundamental acompanhar com atenção a situação na Cisjordânia, onde os assentamentos ilegais israelenses continuam a ameaçar a viabilidade de um Estado palestino", disse.
Também em discursos na cúpula, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que o Brics pode participar de uma solução política para a crise entre israelenses e palestinos, enquanto o líder chinês, Xi Jinping, afirmou que .
(Reportagem de Lisandra Paraguassu, em Brasília; Edição de Pedro Fonseca)