RIO DE JANEIRO (Reuters) - De volta a Curitiba pela primeira vez na campanha ao Palácio do Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) relembrou neste sábado os 580 dias que passou preso na Polícia Federal na capital paranaense e disse que aprendeu a amar a cidade durante o período de reclusão.
"A cadeia me fez aprender a amar Curitiba, porque foi aqui na cadeia que eu conheci a Janja e foi aqui que nós decidimos nos casar", disse Lula ao lado da esposa, a socióloga Rosângela da Silva, conhecida como Janja.
Lula foi preso em abril de 2018 por condenação no âmbito da operação Lava Jato, o que o impediu de disputar a eleição daquele ano. No entanto, as acusações ao ex-presidente foram encerradas depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) concluir que o julgamento havia sido feito fora da vara adequada e de o ex-juiz Sérgio Moro, que o julgou em primeira instância, ter sido considerado parcial.
Lula disse que fez questão de voltar à Boca Maldita, mesmo local em Curitiba onde fez um discurso para apoiadores após prestar um depoimento a Moro, apesar de o Paraná ser considerado um "Estado bolsonarista". De acordo com pesquisa Ipec, o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro lidera no PR com 44%, contra 36% de Lula.
"Dizem que aquele Estado é bolsonarista, pois é lá que eu quero ir", disse Lula, ao contar sobre as conversas com a presidente do PT, a deputada federal pelo Paraná Gleisi Hoffmann, nos preparativos para o comício em Curitiba.
Lula fez o comício em Curitiba como parte de um giro pelas capitais dos Estados da Região Sul, onde Bolsonaro têm aparecido na frente nas pesquisas de intenção de voto. Na véspera, ele fez campanha em Porto Alegre e no domingo concluirá a viagem em Florianópolis.
De acordo com pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira, Bolsonaro lidera entre os eleitores do Sul com 42% a 34%. No cenário nacional, Lula tem 45% da preferência dos eleitores e Bolsonaro, 33%.
Enquanto Lula está no Sul, Bolsonaro viajou ao Nordeste, justamente a região onde o petista tem a maior vantagem: 59% a 22% no último Datafolha.
(Por Pedro Fonseca)