Por Fernando Cardoso
SÃO PAULO (Reuters) - Indignação, raiva e descrença se abateram sobre os torcedores da seleção brasileira, nesta sexta-feira, depois que a equipe foi eliminada nos pênaltis nas quartas de final da Copa do Mundo pela Croácia.
O forte apelo do Brasil na Copa vinha ajudando a apaziguar as profundas divisões após a eleição polarizada de outubro, na qual o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva derrotou o candidato à reeleição Jair Bolsonaro.
Depois de anos de disputas política, turbulência econômica e um surto de Covid-19 que matou quase 700.000 brasileiros, muitos estavam otimistas de que a seleção estava a caminho de conquistar o sexto título mundial, o primeiro desde 2002.
Mas não aconteceu, de novo. A trágica eliminação nas quartas de final, que ocorreu depois que a seleção abriu o placar com um gol de Neymar na prorrogação, foi recebida com raiva pelos torcedores no Fifa Fan Festival de São Paulo. Muitos saíram em silêncio assim que o jogo terminou, amargamente chateados com a derrota de seu time.
“Mais uma vez a maldição das quartas”, disse Eduardo Costa, um engenheiro de 27 anos. “A gente achava que esse ano ia, mais do que os outros anos”.
O presidente eleito Lula, que toma posse no dia 1º de janeiro e anunciou as primeiras indicações para seu ministério minutos antes do jogo, lamentou a derrota.
“O Brasil se esforçou, Neymar fez um belo gol e o time merecia mais. Meus cumprimentos aos jogadores e comissão técnica. Vamos em frente que na vida jamais podemos desisti”, tuitou.
Lucca Giovanetti, um empresário de 24 anos, creditou à eficiência da Croácia o sucesso pela classificação.
"O Brasil jogou bem, mas cometeu um erro tático. Fez um gol e achou que tinha ganho", disse ele no Fan Festival. "A Croácia jogou bem, foi estrategista e conseguiu o que queria, que era levar nos pênaltis. Ganhou limpo."