TENERIFE, Ilhas Canárias, Espanha (Reuters) - Milhares de pessoas foram retiradas de suas casas na ilha espanhola de Tenerife, neste sábado, enquanto um incêndio florestal no norte da ilha permanece fora de controle, mas, até agora, as chamas evitaram as principais áreas turísticas.
Os serviços de emergência das Ilhas Canárias disseram que mais de 26.000 pessoas foram retiradas até a tarde de sábado, de acordo com estimativas provisórias, um aumento acentuado em relação às 4.500 na sexta-feira. Cerca de 11 cidades foram afetadas.
Chamas ferozes iluminaram o céu durante a noite e, neste sábado, helicópteros foram vistos jogando água em áreas próximas a casas onde a fumaça subia no ar.
O incêndio começou na quarta-feira em um parque nacional montanhoso ao redor do vulcão Monte Teide -- o pico mais alto da Espanha -- em meio a um clima quente e seco.
Mais retiradas foram ordenadas na manhã deste sábado devido à piora do tempo durante a noite, incluindo um aumento nas temperaturas e ventos mais fortes, disse o líder regional Fernando Clavijo em entrevista coletiva.
De acordo com ele, a fumaça espessa estava dificultando os esforços para extinguir o fogo pelo ar. Cerca de 5.000 hectares foram queimados até agora com um perímetro de 50 quilômetros.
O incêndio atingiu uma escala nunca antes vista nas Ilhas Canárias, disse a repórteres a presidente do Conselho de Tenerife, Rosa Davila.
Segundo ela, a prioridade é "proteger a vida das pessoas".
Até agora, de acordo com os bombeiros, o incêndio não destruiu nenhuma casa, acrescentou ela.
Em La Victoria, no noroeste da ilha, algumas pessoas que foram evacuadas receberam ajuda médica.
"Na noite anterior à nossa chegada, passamos muito mal. Tudo estava queimando... os telhados estavam cheios (de cinzas)", disse Paulina Fernandez, 58, à Reuters.
Uma grande preocupação para muitos que saíram de casa eram seus animais. Algumas pessoas foram forçadas a deixá-los em casa, enquanto imagens da Reuters mostraram outras conduzindo seus cavalos para um local seguro.
Até agora, as áreas turísticas populares da ilha não foram afetadas e seus dois aeroportos estão operando normalmente.
O calor escaldante e o clima seco neste verão contribuíram para incêndios florestais excepcionalmente graves na Europa, inclusive na ilha espanhola de La Palma, em julho, e no Canadá. Incêndios na ilha de Maui, no Havaí, no início deste mês, mataram mais de 110 pessoas e destruíram a histórica cidade turística de Lahaina.
Os cientistas dizem que a mudança climática levou a eventos climáticos extremos mais frequentes e poderosos.