Por Ari Rabinovitch
JERUSALÉM (Reuters) - O ministro da Defesa de Israel propôs nesta quinta-feira que o novo governo do país inicie uma investigação oficial sobre o tumulto em um festival religioso judeu que matou 45 pessoas em abril.
Dezenas de milhares de judeus ultra-ortodoxos se amontoaram na tumba do rabino Shimon Bar Tochai, que viveu no Século 2, na Galileia em 30 de abril para a celebração anual Lag B'Omer, que inclui orações ao longo da noite e danças e músicas místicas.
Durante a cerimônia, parte da multidão se amontoou em um túnel estreito e os 45 peregrinos, incluindo crianças, foram asfixiados ou pisoteados, chocando o país e os familiares das vítimas que vieram do exterior. Mais de 150 pessoas ficaram feridas no tumulto.
Benjamin Netanyahu, que era o primeiro-ministro do país na ocasião, prometeu uma investigação ampla, mas seu governo, que incluía ministros ultra-ortodoxos, nunca tomou uma ação formal e o aumento das hostilidades entre Israel e o grupo militante palestino Hamas surgiu menos de duas semanas depois.
"É uma dívida moral com as famílias, e não menos relevante, uma medida importante que busca evitar eventos trágicos como este no futuro", disse o ministro da Defesa, Benny Gantz. As Forças Armadas de Israel ajudaram nos esforços de resgate após o tumulto.
Alguns israelenses questionaram se o governo anterior e a polícia relutaram em limitar o tamanho da multidão que poderia comparecer ao evento por causa da pressão de líderes religiosos e políticos ultra-ortodoxos.
Gantz disse que a decisão de abrir um inquérito tem o apoio do primeiro-ministro Naftali Bennett e de outros membros importantes do gabinete. Ela será discutida pelo novo governo no domingo.