Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O Ministério Público Federal abriu um inquérito para cobrar do governo que adote medidas para evitar que os atos oficiais e o desfile cívico-militar por ocasião do 7 de Setembro não sejam confundidos com atos político-partidários.
Segundo comunicado, um ofício foi enviado ao ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, em que ressalta a relação especial de sujeição dos militares à luz da Constituição e das leis do país.
O MPF justificou a medida diante das manifestações político-partidárias agendadas para o mesmo dia, horário e local do desfile cívico-militar em Brasília, citando a distribuição de convites a servidores civis lotados nos ministérios para que comparecessem ao evento.
O presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), tem buscado dar um tom político-eleitoral às comemorações de 200 anos de independência do país, convocando simpatizantes a irem às ruas de verde-amarelo em defesa da liberdade do país. Bolsonaro está em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto ao Palácio do Planalto.
Uma providência semelhante também foi adotada pelo MPF no Rio de Janeiro, onde ocorrerá outro ato cívico-militar oficial com a presença do presidente à tarde e também um evento em apoio ao candidato à reeleição.