NOVA YORK (Reuters) - As celebrações de Orgulho promovidas pelas comunidades LGBT+ por todos os Estados Unidos neste final de semana foram tomadas por um sentido de indignação após a decisão da Suprema Corte norte-americana de reverter o direito ao aborto e de uma onda de legislação antitransgêneros.
Os eventos do Orgulho LGBT+ que incluíram paradas em Nova York, Chicago, San Francisco, Seattle e Denver, acontecem na esteira dos protestos fervorosos em algumas das mesmas cidades desde sexta-feira, quando ativistas pelo direito ao aborto tomaram as ruas para criticar a decisão da Suprema Corte de reverter a decisão Roe vs. Wade, de 1973, que legalizava o aborto em todo o país.
Líderes LGBT+ temem que a decisão possa colocar em perigo liberdades pessoais além do direito ao aborto. Em uma opinião em concordância com a decisão, o juiz conservador Clarence Thomas escreveu que o tribunal pode reconsiderar outros precedentes, mencionando especificamente as decisões de proteger os direitos à contracepção, intimidade entre pessoas do mesmo sexo e casamento gay.
"O manual antiaborto e o manual anti-LGBT+ são o mesmo. Ambos querem nos negar o controle sobre nossos corpos e tornar mais perigoso viver como somos", disse Sarah Kate Ellis, CEO da GLAAD, organização de defesa dos direitos LGBT+, em nota.
Mesmo antes da decisão da Suprema Corte contra o direito ao aborto, o mês do Orgulho LGBT+ já vinha sendo utilizado para discutir uma série de leis estaduais apoiadas pelos republicanos para atingir especificamente a juventude transgênero.
Medidas aprovadas em vários Estados controlados pelos republicanos proíbem discussões sobre identidade de gênero em sala de aula, impedem acesso a tratamentos de saúde para jovens em transição, e restringem a participação em esportes.