Por Steve Gorman
(Reuters) - O telescópio espacial James Webb, da NASA, construído para dar ao mundo uma visão do universo como ele existia quando as primeiras galáxias se formaram, foi lançado por foguete na manhã deste sábado, na costa nordeste da América do Sul, abrindo uma nova era da astronomia.
O telescópio infravermelho de 9 bilhões de dólares, descrito pela NASA como o principal observatório de ciências espaciais da próxima década, foi carregado no alto do compartimento de carga de um foguete Ariane 5, que decolou por volta das 09:20 (horário de Brasília) da base de lançamento da Agência Espacial Europeia (ESA), na Guiana Francesa.
O lançamento perfeito no dia de Natal, com uma contagem regressiva conduzida em francês, foi transmitida ao vivo em um webcast da NASA realizado em conjunto com a ESA.
"De uma floresta tropical à beira do próprio tempo, James Webb inicia uma viagem de volta ao nascimento do universo", disse um comentarista da NASA, enquanto o equipamento de dois estágios, equipado com dois sólidos jatos propulsores, disparava da plataforma de lançamento em céus nublados.
Depois de uma viagem hipersônica de 27 minutos ao espaço, o instrumento de 14.000 libras (6,3 toneladas) foi lançado da ponta do foguete construído na França a cerca de 865 milhas (1,3 mil quilômetros) acima da Terra e, enquanto vaga sozinho, deve ir se desdobrando gradualmente até quase o tamanho de uma quadra de tênis nos próximos 13 dias.
Um vídeo ao vivo, capturado por uma câmera instalada na parte superior do foguete, mostrou o Webb deslizando suavemente para longe depois de ser alijado, atraindo vivas e aplausos dos engenheiros de voo jubilantes no centro de controle da missão.
Os controladores de voo confirmaram, momentos depois, quando o painel de energia solar do Webb foi implantado, que sua fonte de alimentação estaria funcionando.
Navegando pelo espaço por mais duas semanas, o telescópio Webb alcançará seu destino na órbita solar a 1 milhão de milhas (1,6 milhões de quilômetros) da Terra - cerca de quatro vezes mais distante do que a lua. E o caminho orbital especial de Webb o manterá em alinhamento constante com a Terra, enquanto o planeta e o telescópio circundam o sol em conjunto.
Em comparação com o antecessor de 30 anos de Webb, o telescópio espacial Hubble orbita a Terra a 340 milhas (547 quilômetros) de distância, entrando e saindo da sombra do planeta a cada 90 minutos.
Nomeado em homenagem ao homem que supervisionou a NASA durante a maior parte de sua formação, na década de 1960, Webb é cerca de 100 vezes mais sensível do que Hubble e deve transformar a compreensão dos cientistas sobre o universo e o nosso lugar nele.
(Reportagem de Steve Gorman em Los Angeles)