Por Nidal al-Mughrabi e Bassam Masoud
CAIRO/RAFAH, Faixa de Gaza (Reuters) - Negociadores do Hamas permanecerão no Cairo por mais um dia a pedido dos mediadores, mantendo as negociações de cessar-fogo depois de dois dias sem avanço, disse uma autoridade do grupo militante nesta terça-feira.
As conversações no Cairo foram anunciadas como último obstáculo para se chegar ao primeiro cessar-fogo prolongado da guerra - uma trégua de 40 dias durante a qual dezenas de reféns seriam libertados e ajuda seria injetada em Gaza antes do Ramadã, que deve começar no início da próxima semana.
"A delegação permanecerá no Cairo na terça-feira para mais negociações", disse uma autoridade do Hamas à Reuters. A televisão egípcia Qahera também informou que as negociações foram prorrogadas pelo terceiro dia, mas disse que estavam "enfrentando dificuldades".
Anteriormente, Bassem Naim, representante de alto escalão do Hamas, disse à Reuters que o grupo militante apresentou a sua proposta de acordo de cessar-fogo aos mediadores e agora aguardava uma resposta dos israelenses, que se mantiveram afastados desta rodada.
"O (primeiro-ministro Benjamin) Netanyahu não quer chegar a um acordo e a bola agora está no campo dos americanos" para pressioná-lo a fazer um acordo, afirmou Naim.
Uma autoridade israelense graduada, questionada sobre os comentários de Naim de que Israel estava atrasando o acordo, disse: "A afirmação é incorreta. Israel está fazendo todos os esforços para chegar a um acordo. Estamos aguardando uma resposta do Hamas."
Israel se recusou a comentar publicamente sobre as negociações no Cairo.
Uma fonte disse à Reuters anteriormente que Israel estava afastado porque o Hamas rejeitou sua exigência de fornecer uma lista de todos os reféns que ainda estão vivos. Naim afirmou que isso era impossível sem um cessar-fogo, pois os reféns estão espalhados pela zona de guerra e mantidos por grupos separados.
Fontes de segurança egípcias disseram na segunda-feira que ainda estavam em contato com os israelenses para permitir que as negociações continuassem sem a presença de uma delegação israelense.
Washington, que é o aliado mais próximo de Israel e patrocinador das negociações de cessar-fogo, disse que um acordo aprovado por Israel está na mesa e que cabe ao Hamas aceitá-lo. O Hamas contesta esse relato como uma tentativa de desviar a culpa de Israel se as negociações fracassarem sem um acordo.
Os Estados Unidos também pediram a Israel que faça mais para aliviar a catástrofe humanitária em Gaza, onde mais de 30.000 pessoas foram mortas pelo ataque de Israel, lançado após os ataques do Hamas que mataram 1.200 pessoas em outubro.