BRASÍLIA (Reuters) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tenta voltar ao Planalto nas eleições de outubro, evitou se comprometer nesta quinta-feira em seguir a tradicional lista tríplice de mais votado do Ministério Público Federal para escolher o próximo procurador-geral da República.
Em entrevista ao Jornal Nacional, da Globo, o petista prometeu, no entanto, que não irá escolher um "amigo" ou um "engavetador" para o posto e acrescentou que, se eleito, irá discutir os critérios com o Ministério Público Federal.
"Eu não quero amigo no Ministério Público, não quero amigo na Polícia Federal, no Itamaraty", disse Lula aos âncoras do telejornal, acrescentando que quer pessoas "competentes", "ilibadas" e que "pensem no povo brasileiro".
Questionado, ainda, sobre o que pretende fazer para evitar casos de corrupção em uma eventual gestão, Lula afirmou que seguirá criando mecanismos para instigar "qualquer delito" que ocorra na máquina pública.
O ex-presidente defendeu que pessoas que tenham cometido irregularidades sejam investigadas, julgadas e punidas ou absolvidas. Mas ponderou que empresas não devem ser prejudicadas, citando casos de companhias impactadas pela operação Lava Jato. Lula foi condenado e preso no âmbito da operação, mas teve as penas anuladas pelo Supremo Tribunal Federal que julgou haver parcialidade nos processos.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello e Lisandra Paraguassu)
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