Por Nidal al-Mughrabi e Jeffrey Heller
GAZA/JERUSALÉM (Reuters) - Israel realizou centenas de ataques aéreos em Gaza nesta quarta-feira, e militantes palestinos dispararam levas de foguetes contra Tel Aviv e Beersheba, uma cidade do sul, em meio às piores hostilidades em anos.
Ao menos 49 pessoas foram mortas em Gaza desde que a violência se intensificou na segunda-feira, de acordo com o Ministério da Saúde do enclave. Seis pessoas foram mortas em Israel, disseram autoridades médicas israelenses.
Uma fonte palestina disse que os esforços em direção a uma trégua feitos por Egito, Catar e pela Organização das Nações Unidas (ONU) continuavam, mas sem avanços até o momento. O enviado da ONU para a paz no Oriente Médio, Tor Wennesland, disse que as Nações Unidas estão trabalhando com todos as partes para restaurar a calma.
Em Gaza, um edifício residencial de vários andares desmoronou depois de Israel alertar seus ocupantes com antecedência para esvaziá-lo e outro ficou seriamente danificado depois de serem atingidos pelos ataques aéreos.
Israel disse que seus aviões de guerra visaram e mataram vários dos líderes de inteligência do grupo islâmico Hamas nesta quarta-feira. Outros ataques atingiram o que os militares disseram ser locais de lançamento de foguetes, escritórios do Hamas e casas de líderes do Hamas.
A ofensiva mais intensa entre Israel e Hamas desde uma guerra de 2014 no enclave controlado pelo grupo islâmico aumenta o temor internacional de que a situação saia de controle.
"Israel enlouqueceu", disse um homem em uma rua de Gaza para a qual as pessoas fugiram de suas casas ao som de explosões.
Muitos israelenses também passaram a noite em claro, já que sirenes tocaram às 3h em Tel Aviv para alertar para várias ondas de ataques de foguetes no coração de Israel.
"As crianças escaparam do coronavírus, e agora um novo trauma", disse uma israelense da cidade litorânea de Ashkelon em imagens transmitidas pela televisão Channel 11.
As casas dos moradores de Gaza tremeram e o céu ficou claro por causa dos ataques de Israel, os foguetes em disparada e os mísseis israelenses.
Os israelenses correram para abrigos ou se deitaram no chão em comunidades situadas mais de 70 quilômetros ao norte do litoral de Gaza e no sul de Israel enquanto explosões eram ouvidas e mísseis de interceptação atravessavam o céu.
(Por Nidal al-Mughrabi, Dan Williams, Ari Rabinovitch e Rami Ayyub; reportagem adicional de Stephanie Nebehay em Genebra, Nandita Bose e Steve Holland em Washington e Michelle Nichols em Nova York e Stephen Farrell em Jerusalém)