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Número de mortos por terremoto no Marrocos chega a quase 2.700; equipes seguem busca por sobreviventes

Publicado 11.09.2023, 17:34
Atualizado 11.09.2023, 17:35
© Reuters. Khadijah Deaoune procura sua cabra nos destroços de sua casa após terremoto no Marrocos
11/09/2023
REUTERS/Hannah McKay

Por Alexander Cornwell e Ahmed Eljechtimi

© Reuters. Khadijah Deaoune procura sua cabra nos destroços de sua casa após terremoto no Marrocos
11/09/2023
REUTERS/Hannah McKay

TALAT N'YAAQOUB, Marrocos (Reuters) - Marroquinos choravam nesta segunda-feira pela perda de seus parentes nos escombros de suas próprias casas, enquanto o número de mortos do pior terremoto de Marrocos em mais de seis décadas subiu para quase 2.700.    Equipes de resgate de Espanha, Reino Unido e Catar se juntaram aos esforços de Marrocos após o terremoto de magnitude 6.8 ter atingido a nação na sexta-feira, nas Montanhas do Atlas, com o epicentro 72 quilômetros a sudoeste de Marrakech.    A agência de notícias estatal informou que o número de mortos saltou para 2.681, com 2.501 feridos. Equipes de resgate afirmaram que as tradicionais casas de tijolos de barro, onipresentes na região, reduzem as chances de encontrar sobreviventes, por terem desmoronado.    Entre os mortos está Suleiman Aytnasr, de 7 anos, cuja mãe o levou ao seu quarto depois de ele ter adormecido na sala da casa onde moravam, perto de Talat N'Yaaqoub. Ele estava começando o ano letivo.    “Quando ela voltou, o terremoto aconteceu, o teto foi destruído e caiu sobre ele”, afirmou o pai do garoto, Brahim Aytnasr, com os olhos vermelhos por conta do choro. Ele passou esta segunda tentando retirar itens dos escombros da casa.    Imagens do vilarejo remoto de Imi N'Tala, filmadas pelo socorrista espanhol Antonio Nogales, do grupo Bomberos Unidos Sin Fronteras, mostravam homens e cães caminhando sobre a montanha de escombros.    “O nível de destruição é... absoluto”, disse Nogales, lutando para encontrar uma palavra que descrevesse com exatidão o que via. “Nem uma única casa ficou de pé.”    Apesar da destruição, ele afirmou que ainda há esperança de encontrar sobreviventes: “Tenho certeza de que nos próximos dias haverá alguns resgates. Cremos que ainda podem haver pessoas nas estruturas colapsadas, que podem haver muitos bolsões de ar e, como costumo dizer, nunca perdemos a esperança”.   

DANOS AO PATRIMÔNIO CULTURAL    Como grande parte da zona atingida fica em regiões remotas, autoridades não deram previsões de quantos são os desaparecidos. Estradas bloqueadas pelos escombros também prejudicam as buscas.    Os danos ao patrimônio cultural em Marrocos têm ficado cada vez mais evidentes. Edifícios na cidade velha de Marraquexe, Patrimônio Mundial da Unesco, foram danificados. Também há grandes danos na Mesquita Tinmel, construída no século 12.    Moradores de Tinmel, um remoto vilarejo perto do epicentro e onde 15 pessoas morreram, afirmaram que estão compartilhando alimentos, água e remédios, mas precisam desesperadamente de barracas e cobertores.    O tremor foi o pior do país desde a década de 1960, quando um sismo matou aproximadamente 12 mil pessoas. O terremoto também foi o mais forte da nação desde pelo menos 1900, de acordo com o Centro Geológico dos Estados Unidos.    Em comentário televisionado no domingo, o porta-voz do governo, Mustapha Baytas, defendeu a resposta das autoridades, dizendo que todos os esforços de resgate estão sendo feitos. O Rei Mohammed VI não discursou à nação desde o ocorrido.

O primeiro-ministro Aziz Akhannouch afirmou à imprensa local que o governo indenizará as vítimas, sem dar detalhes de como fará isso.    (Reportagem adicional de Clauda Tanios, em Dubai; e John Irish e Nicolas Delame, em Paris)

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