Por Manuel Ausloos
PARIS (Reuters) - Em um dia ensolarado de primavera, Dan Angelescu estava testando a qualidade da água do rio Sena, em Paris, perto da ponte Alexander III, um local que pode servir de vista panorâmica para a maratona aquática e o triatlo na Olimpíada no ano que vem.
Angelescu trabalha para a cidade desde 2017 em seu projeto de longa data para tornar o Sena apto para natação. As Olimpíadas de 2024 são uma boa oportunidade para acelerar o processo de modo a realizar alguns eventos esportivos no famoso rio -- como foi feito na primeiras Olimpíada em Paris, em 1900.
"É um objetivo ambicioso e ninguém sabe como serão os Jogos Olímpicos, se a qualidade da água será boa o suficiente ou não", disse Angelescu, acrescentando que a meta é "realista" e que a cidade está fazendo o esforço necessário.
Naquele dia, os níveis de concentração de duas bactérias, E.coli e Enterococcus, ambos indicadores de material fecal na água, foram baixos o suficiente para se banhar com segurança no rio, de acordo com Angelescu. O desafio é manter esses níveis.
O principal risco vem das tempestades. Quando a água da chuva cai no sistema de esgoto parisiense, ela pode transbordar e a água extra é descarregada no rio, poluindo-o com bactérias tóxicas.
Para evitar que isso aconteça no próximo verão, a cidade está construindo uma enorme bacia subterrânea no sul de Paris, com capacidade para 50.000 metros cúbicos -- o equivalente a 20 piscinas olímpicas.
"Se houver chuvas torrenciais por vários dias, podemos ter um problema de qualidade da água", disse Rabadan, que, porém, acrescentou estar confiante de que a bacia impedirá que isso aconteça.
(Reportagem de Manuel Ausloos; reportagem adicional de Clotaire Achi e Noemie Olive)