Investing.com – Após anúncio da Petrobras (BVMF:PETR4) de que o Conselho de Administração aprovou a continuidade da implantação da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-III), localizada em Três Lagoas (MS), a XP Investimentos (BVMF:XPBR31) disse que tal expansão para este tipo de atuação é controversa, mas já era esperada, conforme relatório divulgado na noite de domingo, 27 de outubro.
Os analistas da XP Regis Cardoso e Helena Kelm afirmaram que a alocação de capital é controversa devido aos retornos mais baixos na comparação com a estratégia em exploração e produção de petróleo, além de um “histórico de má execução”. A XP recorda que o projeto teria sido deixado de lado em 2015, com a empresa buscando se desfazer, sem sucesso, dos ativos relacionados a fertilizantes. Em 2023, a empresa decidiu mirar nesta atuação e pretende retomar a construção no ano que vem, com início das operações previsto para o ano de 2028.
“A decisão de investir em fertilizantes é controversa por causa de seus retornos mais baixos, mas não é totalmente inesperada. A Petrobras assegurou aos investidores que a decisão de investimento segue diretrizes de governança muito rígidas para garantir a criação de valor para os acionistas”, entende a XP Investimentos.
Ainda que o projeto tenha um VPL positivo, a XP considera que a companhia não deveria focar neste tipo de investimentos. “Um contra-argumento à nossa opinião é que o negócio de fertilizantes fornece demanda para o gás natural da Petrobras, bem como diversificação e resistência a preços mais baixos do petróleo. Ainda assim, acreditamos que o ativo deve estar em melhor situação nas mãos de um terceiro especializado em fertilizantes, desde que haja um contrato de fornecimento de gás natural de longo prazo”, detalhou a XP no documento.
Mesmo que tenha seus méritos, como os níveis avançados, capex menor, localização da planta e controle da matéria-prima, o gás natural, o projeto não seria relevante para a tese, pois o investimento remanescente previsto é de R$3,5 bilhões, ou cerca de 0,7% do market cap até o ano de 2028, de acordo com os analistas, que seguem otimistas com a ação, considerada uma das duas top picks no setor.