(Reuters) - A Polícia Federal cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão, nesta quinta-feira, em uma investigação que apura fraude em licitação e lavagem de dinheiro em recursos públicos federais para a compra de kits de robótica em Alagoas, informou a corporação em comunicado.
Entre os alvos da operação estão aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de acordo com reportagens. Um cofre superlotado de dinheiro foi localizado durante ação contra um dos investigados, acrescentaram diferentes veículos.
Segundo levantamento da Controladoria Geral da União, as fraudes e superfaturamento no esquema investigado pela PF geraram prejuízo ao erário de 8,1 milhões de reais e sobrepreço, com prejuízos potenciais de 19,8 milhões de reais, de acordo com a polícia. Os ilícitos teriam ocorrido entre 2019 e 2022, durante a realização de processos licitatórios, acrescentou.
A ação da PF ocorreu no momento de maior tensão entre o governo do presidente Luiz Inácio da Silva e Lira, depois do risco de a medida provisória que reestrutura os ministérios não ser aprovada. A MP só passou na Câmara na madrugada desta quinta, véspera do prazo final para perder a validade, após idas e vindas e muitas negociações, incluindo liberação de emendas de últimas hora.
Em entrevista à GloboNews, o presidente da Câmara procurou se distanciar das investigações ao ser questionado sobre o suposto envolvimento de aliados. “Eu não vou comer essa corda, vou me ater a receber informações mais precisas, e cada um é responsável pelo seu CPF nesta terra e neste país”, disse.
Lira também disse, sem dar detalhes, que decisões judiciais definiram que não houve sobrepreço ou superfaturamento na investigação, mas que não podia emitir juízo de valor.