NOVA ORLEANS (Reuters) - O furacão Ida atingiu a costa dos Estados Unidos neste domingo como uma tempestade extremamente perigosa de categoria 4 que pode deixar grande parte do litoral da Louisiana submersa, ao mesmo tempo em que o Estado sofre com um aumento de casos de Covid-19 que já sobrecarrega os hospitais.
Ida ganhou mais força durante a noite e atingiu a costa perto de Port Fourchon, Louisiana, no horário local de 11h55, segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC).
Este é o teste mais difícil para as centenas de quilômetros de novos diques construídos ao redor de Nova Orleans após a devastação provocada pelo furacão Katrina, que atingiu a costa 16 anos atrás, inundando bairros historicamente negros e matando mais de 1.800 pessoas.
O governador da Louisiana, John Bel Edwards, disse que a tempestade pode ser a pior registrada no Estado desde os anos de 1850. Mais de 122.000 residências e empresas na Louisiana já perderam eletricidade, principalmente no sudeste do Estado, de acordo com o site de rastreamento PowerOutage.
O Estado também está lidando com a terceira maior taxa de novas infecções por Covid-19 do país. Os hospitais estavam tratando cerca de 2.450 pacientes de coronavírus, disse Edwards, apontando que muitos já estavam quase lotados.
Apenas três dias depois de emergir como uma tempestade tropical no Mar do Caribe, Ida havia se transformado em um furacão de categoria 4 na escala de cinco etapas Saffir-Simpson, com ventos sustentados de 240 km por hora, segundo o NHC.
As palmeiras tremeram quando a chuva atingiu Nova Orleans neste domingo, onde Robert Ruffin, aposentado de 68 anos, saiu com sua família de sua casa na parte leste da cidade para um hotel no centro.
"Eu pensei que seria mais seguro", disse ele. "É um problema duplo desta vez por causa da Covid."
A estação do Serviço Nacional de Meteorologia em Nova Orleans pediu aos muitos residentes que não têm cômodos internos --sem janelas ou acesso para a parte externa-- que buscassem abrigo dentro de armários ou no banheiro de suas casas para proteção.
Empresas de energia dos EUA reduziram a produção de petróleo offshore em 91% e refinarias de gasolina cortaram as operações nas fábricas da Louisiana que estão no caminho da tempestade. Os preços regionais dos combustíveis aumentaram em antecipação às perdas de produção e ao aumento da demanda devido às evacuações.
(Por Jessica Resnick-Ault e Devika Krishna Kumar)