Por Eduardo Simões
SÃO PAULO (Reuters) - Após o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), anunciar na segunda-feira que a gestão municipal criaria um passaporte de vacinas obrigatório para entrada em eventos, bares e restaurantes da cidade, a prefeitura recuou da medida nesta terça, e a Secretaria de Saúde do município disse que as regras de um eventual passe de vacinas ainda serão definidas.
De acordo com a assessoria de imprensa da secretaria, nem mesmo a obrigatoriedade da vacinação para se ingressar em eventos está garantida. A pasta afirmou que os protocolos serão definidos até o final desta semana.
Na segunda, em entrevista coletiva, Nunes anunciou a criação de um aplicativo com leitura de um QR Code que mostraria se o cidadão havia se vacinado contra a Covid-19. Afirmou ainda que esse passaporte seria obrigatório para entrada em eventos, bares e restaurantes da cidade.
"Os estabelecimentos só vão poder aceitar pessoas que estejam com a vacina. Esse é o passaporte. Se o estabelecimento tiver pessoas sem a vacina e for observado pela Vigilância Sanitária, ele sofrerá multa", disse Nunes na ocasião.
O anúncio provocou reações de associações que representam os setores que seriam afetados pela medida. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) afirmou, por exemplo, que haveria dificuldade de operacionalizar a medida e que a checagem poderia provocar filas e aglomerações.
Ainda na segunda, o secretário de Saúde da capital, Edson Aparecido, disse a alguns veículos de imprensa que o passaporte não seria obrigatório para bares, restaurantes e shoppings, apenas para a realização de eventos.
A Reuters procurou a secretaria municipal para esclarecer as regras, e a pasta respondeu que nem mesmo a exigência do passaporte para eventos está confirmada e que até o final desta semana devem ser definidas as regras.