DUBAI (Reuters) - O premiado diretor de cinema iraniano Jafar Panahi irá cumprir uma pena de 6 anos de prisão aplicada por um tribunal de Teerã em 2010, afirmou um porta-voz do sistema judiciário iraniano nesta terça-feira, em meio a uma intensificação da repressão a dissidentes na República Islâmica.
Panahi foi detido em 11 de julho, enquanto visitava a procuradoria em Teerã para acompanhar os casos de outros dois cineastas iranianos, Mohammad Rasoulof e Mostafa Aleahmad, que foram presos no início do mês por conta de acusações relacionadas a questões de segurança.
"Essa pessoa (Panahi) foi condenada a um total de 6 anos na prisão, por conta de sua propaganda contra a República Islâmica em 2010... que não havia sido cumprida", afirmou o porta-voz do Judiciário Masoud Setayeshi em uma entrevista coletiva.
Em 2010, um tribunal iraniano condenou Panahi a 6 anos na prisão e o proibiu de fazer filmes ou de viajar para o exterior por 20 anos após sua condenação por "propaganda contra o sistema".
Panahi disse na época que era vítima de injustiça, e classificou uma das acusações contra ele como "uma piada". Ele foi solto após pagamento de fiança.
Panahi venceu vários prêmios internacionais, incluindo a Câmera de Ouro do Festival de Cannes por "O Balão Branco", de 1995, e o Urso de Ouro do Festival de Cinema de Berlim em 2015 por seu filme "Táxi", gravado no Irã enquanto ele estava livre após pagar a fiança.
Seus filmes não foram exibidos no Irã.
(Por Parisa Hafezi)