Por Hanna Rantala
LONDRES (Reuters) - A cineasta Jessica Kingdon viajou para 51 locações por toda a China em uma jornada para documentar cenas cotidianas para demonstrar o progresso econômico do país e a divisão de classes cada vez maior.
O resultado é "Ascension", seu filme de estreia, pré-selecionado para a premiação do Oscar, e no qual Kingdon espera deixar o público refletindo sobre os aspectos universais do consumismo.
Com um estilo impressionista e observacional, sem apresentar entrevistas ou narrações, "Ascension" leva os espectadores em uma jornada visual através das classes sociais chinesas. Estruturado em três partes, em torno dos temas trabalho, consumismo e riqueza, o filme faz uma justaposição das vidas dos personagens retratados.
Começando com as cenas de hordas de trabalhadores buscando empregos de baixa remuneração, Kingdom leva os espectadores para as linhas de montagem, escolas de guarda-costas e mordomo, e para um parque aquático abarrotado.
Ela captura a produção em massa de itens da campanha do ex-presidente Donald Trump, com o slogan "mantenha a América grande" em uma das fábricas e, em outra, trabalhadores jogando conversa fora enquanto montam bonecas sexuais de alta tecnologia.
"A intenção é realmente criar um espaço para que a audiência experimente as imagens e sons sem fazer julgamentos, mas experimentando e se acomodando ali, ao invés de tentar explicar e categorizar", disse a cineasta sino-americana radicada em Nova York à Reuters.
(Reportagem de Hanna Rantala)