PEQUIM (Reuters) - O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, disse nesta sexta-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer remarcar a viagem para a China "o quanto antes" para retomar uma relação que pode alterar a "geografia econômica do mundo".
"É uma decisão do presidente Lula de o quanto antes vir à China para dar sequência dessa retomada de relação que certamente vai ser muito importante para o Brasil e também para a China", disse Viana ao responder repórteres em Pequim.
O ex-governador do Acre também afirmou que as relações comerciais entre Brasil e China possuem um enorme potencial de crescimento, o que pode beneficiar ambos os países ao longo do tempo.
"Acho que o Brasil tem uma possibilidade, com a mudança de governo agora, de construir uma relação estratégica muito intensa, muito forte, com um grande potencial de crescimento para frente", afirmou Viana.
De acordo com Viana, as alianças do Brasil podem dar ao país um papel importante em meio a um cenário geopolítico complexo, em que as relações entre Ocidente e China têm ficado mais tensas nos últimos anos.
"O Brasil fechando o acordo Mercosul-União Europeia e construindo uma relação estratégica com a China, isso mexe com a geografia econômica do mundo", disse Viana. "Se você tiver empresas chinesas em parceria com empresas brasileiras produzindo no Brasil, pode se vender para os Estados Unidos, pode se vender para a Europa."
Lula tinha agendado uma viagem à China na semana passada, mas adiou a visita atendendo a uma recomendação médica, depois de ser diagnosticado com uma pneumonia leve.
(Por Eduardo Baptista, em Pequim)