ANCARA (Reuters) - O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, disse neste sábado que não “reconhece LGBT” e prometeu combater tendências “perversas” que, segundo ele, visam destruir a instituição da família no país.
O governo da Turquia, liderado por Erdogan e o seu partido AK, de raízes islâmicas, endureceu a sua posição em relação às liberdades LGBTQ nos últimos meses, especialmente durante a campanha para as eleições deste ano, em maio.
A homossexualidade não é crime na Turquia, mas a hostilidade contra ela é generalizada e a repressão policial às paradas do Orgulho tornou-se mais dura ao longo dos anos.
Em sua fala em um congresso do Partido AK em Ancara, Erdogan, que frequentemente rotula os membros da comunidade LGBTQ como “desviantes”, disse que nem o seu partido, nem os seus aliados nacionalistas do MHP, reconhecem a comunidade LGBTQ.
"Não reconhecemos LGBT. Quem reconhece, pode ir e marchar com eles. Somos membros de uma estrutura que mantém sólida a instituição da família, que abraça fortemente a instituição familiar", disse ele.
“Vamos secar desde a raíz os atos sorrateiros que visam destruir a nossa instituição familiar ao apoiar tendências políticas, sociais e individuais perversas”, disse Erdogan a dezenas de milhares de apoiadores.
Após a Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York no mês passado, Erdogan queixou-se de estar desconfortável com o uso do que descreveu como "cores LGBT" na ONU, que estava decorada com cores brilhantes que promoviam os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
(Por Tuvan Gumrukcu)