Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - O subprocurador-geral junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) Lucas Furtado pediu à corte que seja declarada a indisponibilidade de bens do ex-ministro da Justiça, ex-juiz, e agora pré-candidato ao Planalto, Sergio Moro (Podemos), para quem o MP comete abuso de poder.
O pedido de Furtado deve-se à suposta sonegação de impostos sobre os pagamentos que Moro recebeu da consultoria Alvarez & Marsal, responsável pela administração judicial de empresas condenadas pela Lava Jato.
"O procurador do TCU Lucas Furtado, após reconhecer que o TCU não teria competência para fiscalizar a minha relação contratual com uma empresa de consultoria privada e pedir o arquivamento do processo, causa perplexidade ao pedir agora a indisponibilidade de meus bens sob a suposição de que teria havido alguma irregularidade tributária", disse Moro em nota, acrescentando que já prestou esclarecimentos sobre o assunto.
"Fica evidenciado o abuso de poder perpetrado por este procurador do TCU. Pretendo representá-lo nos órgãos competentes... e igualmente promover ação de indenização por danos morais. O cargo de procurador do TCU não pode ser utilizado para perseguições pessoais contra qualquer indivíduo", afirmou.
Ex-ministro da Justiça e Segurança Pública no governo do presidente Jair Bolsonaro, e ex-juiz de processos que levaram à condenação, já anulada, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Moro foi alvo de um processo do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre eventual conflito de interesses em sua atuação em empresa de consultoria internacional que prestou serviços no processo de recuperação judicial da Odebrecht e da OAS.
O pré-candidato chegou a realizar uma live em redes sociais para negar irregularidades, abrir suas contas relacionadas à empresa de consultoria, e desafiar os dois primeiros colocados nas pesquisas eleitorais --Lula e Bolsonaro-- a divulgarem suas contas. Nas sondagens, Moro aparece disputando um distante terceiro lugar com o ex-ministro Ciro Gomes (PDT).