Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A cidade do Rio de Janeiro, que até recentemente enfrentou uma explosão de casos novos de Covid-19 por conta da variante Delta, vai promover no mês que vem três eventos com capacidade de até 5 mil pessoas em que os frequentadores poderão ficar sem máscara e não precisarão manter distanciamento, mas precisam estar vacinados.
A prefeitura da capital fluminense liberou a realização de uma festa privada em um hotel para 500 convidados e dois eventos com público de até 5 mil pessoas a serem realizados em outubro. Os presentes terão um protocolo a seguir e todos devem estar testados para Covid-19 e com a vacinação em dia.
“A população em geral ainda tem que usar máscara e manter distanciamento, mas nesses eventos as pessoas estarão devidamente testadas e vacinadas, não haverá necessidade de usar máscara“, disse o secretário de Saúde da cidade, Daniel Soranz.
A prefeitura já vem liberando aos poucos a presença de público em estádios de futebol, e considera que os eventos servem de teste para a flexibilização das restrições impostas devido à pandemia.
Na cidade, apenas boates, danceterias e salões de dança ainda não foram liberados para voltar a funcionar, o deve ocorrer em breve, segundo o secretário.
“Já estamos vivendo o novo normal“, afirmou Soranz.
Questionado sobre um lei federal aprovada pela Câmara no ano passado que trata sobre a obrigatoriedade do uso de máscara em locais fechados, o secretário disse que, no entendimento da prefeitura, “não há limitação“ para os eventos de outubro.
Depois de enfrentar uma alta de casos em agosto devido ao avanço da variante Delta, o Rio atingiu nessa quinta-feira a menor taxa de ocupação de leitos hospitalares na pandemia, com cerca de 53% de ocupação e pouco mais de 500 pessoas internadas. No auge da pandemia, a capital chegou a ter cerca de 1.400 internados
Segundo dados da prefeitura, 99% dos adultos que moram na cidade já se vacinaram com a primeira dose contra a Covid, e 66%completaram o ciclo vacinal. No momento, a cidade está vacinando adolescentes de 13 anos e aplicando dose de reforço em idosos e pessoas imunossuprimidas, além da segunda dose nos adultos que ainda não completaram o ciclo.
"Estas liberações passam um recado de que está tudo bem, m ainda não podemos baixar a guarda”, disse a especialista em gestão de saúde Chrystina Barros, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
“A abertura é inevitável, mas sempre existem riscos", acrescentou.