(Reuters) - O Ministério da Defesa da Rússia disse neste domingo que suas forças capturaram mais território em Bakhmut enquanto buscam tomar o controle total da cidade.
A batalha por Bakhmut se tornou uma das mais sangrentas da guerra de 14 meses, com a cidade do leste ucraniano quase completamente destruída por bombardeios de artilharia e combates urbanos.
A Rússia diz que a captura de Bakhmut permitirá que ela monte novas ofensivas no leste da Ucrânia. Se tiverem sucesso, as forças de Moscou provavelmente enfrentarão batalhas urbanas ainda maiores pelas cidades vizinhas de Kramatorsk e Sloviansk.
O Ministério da Defesa da Rússia disse neste domingo que as tropas garantiram mais dois quarteirões nos distritos ocidentais de Bakhmut e que as unidades aerotransportadas estavam fornecendo reforços ao norte e ao sul.
Yevgeny Prigozhin, chefe da força militar privada Wagner que lidera o ataque à cidade, afirmou que suas tropas controlam 80% de Bakhmut. Kiev negou repetidamente as alegações de que suas forças estão prestes a se retirar.
A Reuters não conseguiu verificar as informações do campo de batalha.
Também neste domingo, o chefe instalado pela Rússia da região de Kherson, no sul da Ucrânia, negou um relatório de um centro de estudos dos EUA de que as forças ucranianas haviam assumido posições na margem leste do rio Dnipro.
"Não há ponto de apoio inimigo na margem esquerda (leste) do rio Dnipro... nossos militares controlam completamente esse território", disse Vladimir Saldo em seu canal no Telegram.
"Pode haver casos de grupos de sabotagem inimigos fazendo pousos para tirar uma selfie, antes de serem... destruídos ou empurrados para a água por nossos combatentes."
Citando blogueiros militares russos integrados às forças de Moscou, o Instituto para o Estudo da Guerra disse que a Ucrânia "estabeleceu posições" na margem oriental, embora não esteja claro "em que escala ou com quais intenções".
Um porta-voz do comando sul da Ucrânia não confirmou nem negou o relatório e pediu "silêncio informativo" para garantir a segurança operacional.
"Quero que todos entendam que é um trabalho muito difícil cruzar um obstáculo como o Dnipro, por exemplo - quando a linha de frente corre ao longo de um rio tão largo e poderoso", disse Natalia Humeniuk à televisão ucraniana.
"É preciso ter um pouco de paciência", acrescentou.
A Rússia retirou suas forças da margem ocidental do rio no ano passado como parte de uma série de retiradas que na época significaram uma mudança no ímpeto do conflito a favor de Kiev.
(Reportagem de Jake Cordell e Dan Peleschuk)