Por Guy Faulconbridge e Olesya Astakhova
MOSCOU (Reuters) - A Rússia, o segundo maior exportador de petróleo do mundo, não venderá petróleo sujeito a um teto de preço imposto pelo ocidente, mesmo que isso signifique cortar a produção, disse o representante na área de energia do presidente russo, Vladimir Putin.
O Grupo das sete maiores economias, o G7, e a Austrália concordaram na sexta-feira com a fixação de um teto de preço de 60 dólares o barril para o petróleo bruto transoceânico russo depois que os membros da União Europeia superaram a resistência da Polônia.
A decisão do ocidente de proibir as empresas de navegação, seguros e resseguros de manusear cargas de petróleo russo acima do limite é uma tentativa de punir Putin pelo conflito na Ucrânia.
O vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, disse neste domingo que a medida do ocidente foi uma interferência grosseira que contradiz as regras do livre comércio e desestabilizaria os mercados globais de energia ao provocar uma escassez de oferta.
"Estamos trabalhando em mecanismos para proibir o uso de um instrumento de teto de preço, independentemente do nível definido, porque tal interferência pode desestabilizar ainda mais o mercado", disse Novak, autoridade do governo russo encarregada do setor de petróleo, gás, energia atômica e carvão.
"Vamos vender petróleo e derivados apenas para aqueles países que vão trabalhar conosco sob as condições de mercado, mesmo que tenhamos que reduzir um pouco a produção", ele acrescentou.