Por Andrew Mills e Maya Gebeily
DOHA (Reuters) - A Arábia Saudita surpreendeu a Argentina na Copa do Mundo nesta terça-feira com uma vitória por 2 x 1 sobre a seleção de Lionel Messi, provocando uma demonstração de orgulho árabe na primeira vez que o principal torneio de futebol é realizado no Oriente Médio.
Foi um bom momento para o anfitrião Catar, que tem enfrentado uma enxurrada de críticas sobre os direitos humanos no conservador país muçulmano. O emir do país pendurou a bandeira saudita sobre os ombros no estádio após a partida.
"Uau! Eu tenho todos os sentimentos agora. Vencemos a Argentina, um das grandes seleções!" disse Saad, um torcedor de Riad que está no Catar há duas semanas e usava um cachecol verde do Saudi Falcons no pescoço.
"Nossos jogadores jogaram tão bem, tudo correu bem dentro do estádio hoje. Foi incrível."
Em sua quinta e última busca pelo único grande troféu que lhe falta, Messi, com 35 anos, marcou um gol de pênalti aos 10 minutos em uma exibição dominante da Argentina no primeiro tempo, durante a qual ele e Lautaro Martinez também tiveram três gols anulados por impedimento.
Mas a Arábia Saudita, o segundo time com pior classificação no torneio depois de Gana, abandonou a cautela no início do segundo tempo, atacando a defesa argentina diante de uma multidão frenética de 88.012 pessoas.
"Os jogadores estavam à altura e ganhamos. Eles dependiam de um só jogador, nós competimos como uma equipe e estivemos à altura. Cuidado com a Arábia Saudita”, disse o torcedor saudita Abdelaziz al-Khwatem.
Uma estação de televisão saudita mostrou uma longa fila de carros com mulheres com véus em seus tetos solares abertos agitando a bandeira saudita. Outros carros carregavam crianças celebrando.
“Esperávamos que a Arábia Saudita seria fácil e marcaríamos cinco gols contra eles. Mas a estratégia dos sauditas no final foi não nos deixar ficar com a bola de jeito nenhum. Fizeram os gols e pronto”, disse a torcedora argentina Juliana Vega, de 21 anos.
(Reportagem adicional de Alistair Smout em Londres, Yara Abi Nader e Javier Andres Rojas)