Por Amy Tennery
NOVA YORK (Reuters) - Uma nova era está surgindo para a seleção feminina de futebol dos Estados Unidos, com uma equipe mais diversificada buscando um terceiro título consecutivo sem precedentes quando a Copa do Mundo começar este mês na Austrália e na Nova Zelândia.
A equipe representa uma grande mudança desde seus primeiros dias e até mesmo as equipes norte-americanas mais recentes, que eram predominantemente brancas. Trinity Rodman fará sua estreia na Copa do Mundo ao lado da veterana Crystal Dunn em um time que conta com sete jogadoras negras.
"A questão é em parte sobre economia e em parte sobre como é difícil eliminar os estereótipos que as pessoas têm sobre quem pode ter sucesso em quais esportes", disse Jon Solomon, diretor editorial do Aspen Institute Sports & Society Program.
A goleira aposentada dos EUA Briana Scurry afirmou: "por décadas fui a única negra na lista".
"(Agora) você tem jogadoras que estão realmente causando impactos e ficarão lá por muito tempo porque são muito jovens", disse ela à Reuters.
A defesa de pênalti de Scurry diante de 90.185 torcedores no Rose Bowl em Pasadena, na Califórnia, ajudou os Estados Unidos a vencer a Copa de 1999, transformando o time em ídolo para milhões de garotas norte-americanas, no que foi visto como um ponto de virada para o esporte feminino.
Esse elenco tinha pouca representação para meninas negras. Scurry disse que sofreu para garantir acordos de patrocínio após seu heroísmo, como única jogadora abertamente gay e mulher negra.
"Eu sempre seria autenticamente eu. Nunca escondi que era gay. Eu apenas era quem eu sou", disse Scurry, integrante do Hall da Fama e apresentadora do podcast "Counterattack".
Dunn ajudou os Estados Unidos na conquista de seu quarto título geral em 2019, mas disse no mês passado que teve dificuldades para se sentir pertencente ao time.
"Não tem sido o caminho mais fácil, obviamente", disse Dunn aos repórteres. "Há momentos em que senti que precisava me conformar com o ambiente."
Dunn costumava ser a única titular negra de seu país na Copa do Mundo de 2019, então celebrada como a seleção feminina mais diversificada dos Estados Unidos.
"Existem muitas outras grandes jogadoras jovens por aí que são uma mistura melhor do que este país é", disse Scurry. "Este país não é apenas branco."