Por Simon Evans
TÓQUIO (Reuters) - Para um jogador de 38 anos que está chegando ao fim de sua vitoriosa carreira, a motivação de jogar em estádios vazios no calor do verão do Japão como um atleta acima da idade em um torneio sub-23 não chega a ser óbvia.
Mas aqueles que se perguntam por que Daniel Alves, que teve uma carreira repleta de troféus, desejaria participar do torneio olímpico de futebol, vão encontrar a resposta em suas atuações durante os Jogos.
A liderança de Daniel Alves na jovem seleção brasileira ficou evidente em todos os jogos, inclusive na vitória das semifinais sobre o México, em que ele abriu a decisão por pênaltis.
No sábado, o ex-lateral do Barcelona estará a 90 minutos de se tornar o capitão de um time campeão olímpico quando sua equipe enfrentar a Espanha na final em Yokohama.
Daniel Alves soma diversos troféus na carreira --seis títulos da liga espanhola e três da Liga dos Campeões com o Barça, um título do Campeonato Italiano com a Juventus e a conquista da liga francesa duas vezes com o Paris Saint-Germain.
No entanto, ele não ganhou o título mundial com a seleção brasileira. Apesar de ter conquistado a Copa América, ele vê as Olimpíadas como uma forma de completar sua carreira com um sucesso internacional.
"É uma sensação de realização de um sonho, todo atleta de alto rendimento quer estar aqui", disse Daniel Alves antes do torneio, quando alguns questionaram sua decisão de participar.
"Estar aqui, poder representar o meu povo, no futebol, é uma honra para mim."
É uma motivação admirável e reflete o respeito do Brasil pelo torneio olímpico de futebol --que o time finalmente conquistou pela primeira vez há cinco anos no Rio.
Mas a Espanha é uma adversária difícil. Seu elenco conta com seis jogadores que fizeram parte do elenco da Euro 2020 que chegou às semifinais.
Unai Simon, Eric García, Pau Torres, Pedri González, Mikel Oyarzabal e Dani Olmo fizeram uma maratona de verão e não querem terminá-la com a medalha de prata.
A Espanha derrotou o Japão na semifinal graças a um gol no final da prorrogação de Marco Asensio, do Real Madrid.
Os espanhóis conquistaram o ouro olímpico em Barcelona 1992 e prata em Sydney 2000, perdendo nos pênaltis para Camarões na final.
(Reportagem de Simon Evans)