(Reuters) - A líder deposta de Mianmar, Aung San Suu Kyi, compareceu pessoalmente a uma audiência de um tribunal nesta segunda-feira pela primeira vez desde que seu governo foi deposto pelos militares quase quatro meses atrás, disseram seus advogados.
Suu Kyi parecia com boa saúde durante a reunião de 30 minutos com sua equipe legal, mas disse que não tem acesso a jornais na detenção e que só está parcialmente ciente do que está acontecendo do lado de fora, disse Khin Maung Zaw, que líder sua equipe legal, à Reuters.
A líder deposta de 75 anos, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1991 por seus esforços para instaurar a democracia, é uma da mais de 4 mil pessoas detidas desde o golpe de 1º de fevereiro. Ela enfrenta acusações que vão da posse ilegal de rádios walkie-talkie à violação de uma lei de segredos estatais, puníveis com 14 anos de prisão.
Mianmar vive um caos desde que o Exército tomou o poder, com protestos diários, marchas e greves de âmbito nacional contra a junta -- que reage com força letal, já tendo matado mais de 800 pessoas, de acordo com a a Associação de Assistência a Prisioneiros Políticos (AAPP).
Suu Kyi "desejou saúde ao povo" na reunião com seus advogados, e também se referiu ao seu partido Liga Nacional pela Democracia (NLD), que pode ser dissolvido em breve.
"Nosso partido surgiu do povo, por isso existirá enquanto o povo o apoiar", disse ela, segundo Khin Maung Zaw.
A comissão eleitoral indicada pela junta de Mianmar dissolverá a NLD, alegando uma fraude eleitoral na eleição de novembro, noticiou a mídia local na sexta-feira citando um comissário. A antiga comissão eleitoral rejeitou as acusações.
(Redação Reuters)