Por Senad Karaahmetovic
Investing.com - Analistas da Tesla (NASDAQ:TSLA) (BVMF:TSLA34) continuam discutindo o relatório de entregas de veículos da empresa no 4º tri, divulgado ontem. As ações da companhia recuavam mais de 3% antes da abertura dos mercados nesta terça-feira em Nova York, após as entregas ficarem abaixo das estimativas médias dos analistas.
Vários estrategistas do sell-side, como JPMorgan (NYSE:JPM), Truist e Goldman Sachs (NYSE:GS), cortaram seus preços-alvo para os papéis da Tesla, de modo a refletir o relatório mais fraco de entregas de veículos no último trimestre.
Os analistas do JPMorgan, em particular, reiteraram a classificação de “underperform” (abaixo da média) para as ações da Tesla, por acreditar que eventuais entregas abaixo das estimativas no futuro “poderiam ser bastante prejudiciais para as expectativas dos investidores no longo prazo”, na medida em que a fabricante de veículos elétricos não deve enfrentar problemas de oferta em 2023.
Seguindo o mesmo tom, analistas do Bernstein reiteraram a classificação de “underperform” para os papéis da companhia, apesar de julgarem que o valuation está bem balanceado nos níveis atuais. As ações da Tesla fecharam o ano de 2022 com uma desvalorização de 65%.
Os analistas acreditam que a fabricante de VEs “está enfrentando problemas consideráveis de demanda”.
“Nossa expectativa é que esse cenário desafiador persista em 2023, na medida em que nenhum modelo da Tesla parece se qualificar atualmente para os benefícios tributários previstos na lei de combate à inflação nos EUA. Acreditamos que a companhia precisará reduzir suas metas de crescimento e operar as fábricas abaixo da capacidade, mantendo ou até mesmo intensificando os cortes recentes de preços em todo o mundo, o que pressionará suas margens. Consideramos que os problemas de demanda persistirão até que a Tesla seja capaz de introduzir modelos de massa, o que está previsto apenas para 2025”.
Além disso, eles consideram que as estimativas consensuais para o 4º tri referentes às margens brutas do setor automotivo provavelmente estão muito altas.
“Estimamos que os cortes de preços no trimestre impactarão negativamente os preços médios de venda da Tesla em todo o mundo em cerca de 3% ou US$ 1600 por carro. Tudo permanecendo igual, isso aponta para uma redução de quase 250 pontos-base nas margens brutas automotivas. Suspeitamos que o impacto líquido será menor, mas acreditamos que as estimativas de consenso no quarto trimestre são muito agressivas", acrescentaram os analistas.
As ações da Tesla fecharam o pregão de sexta-feira cotadas a US$ 123,18.