Por Laura Gottesdiener
MARCELINE, Haiti (Reuters) - Diversas famílias se reuniram em vilarejos no sudoeste do Haiti neste fim de semana para celebrar missas e cerimônias fúnebres uma semana depois que um terremoto atingiu a região, matando mais de 2.200 pessoas e destruindo dezenas de milhares de edifícios.
O colapso que atingiu igrejas em algumas das cidades e vilarejos mais afetados do pobre país caribenho fez com que os moradores manifestassem seu luto a céu aberto.
Na Igreja Católica Romana Saint-Joseph De Simon, nos arredores de Les Cayes, a cidade do sudoeste que mais sofreu o impacto do terremoto, cerca de 200 fiéis se reuniram cedo para a primeira missa de domingo desde o desastre.
"Todos choraram hoje pelo que perderam", disse o padre Marc Orel Saël. "E todo mundo está estressado porque a terra ainda está tremendo", acrescentou ele, referindo-se aos tremores secundários quase diários que atingiram a população durante toda a semana.
O terremoto atingiu o Haiti em meio a um período de extrema agitação política após o assassinato do presidente Jovenel Moise no mês passado. As alegações apresentadas em um relatório de um grupo local de direitos humanos geraram novas polêmicas no fim de semana.
O documento compilado pela Rede Nacional de Defesa dos Direitos Humanos (RNDDH) a respeito do assassinato de Moise alegou que o novo primeiro-ministro Ariel Henry havia conversado na noite do assassinato por telefone com um dos principais suspeitos, Joseph Felix Badio.
Jean-Junior Joseph, um assessor próximo de Henry, escreveu no Twitter na tarde de sábado que o primeiro-ministro disse a ele que "nunca falou" com Badio, um ex-membro do governo haitiano.