Por Anna Voitenko e Ivan Lyubysh-Kirdey
KIEV (Reuters) - Pessoas enlutadas aos prantos encheram uma das principais catedrais do centro de Kiev nesta terça-feira para homenagear uma proeminente escritora ucraniana e pesquisadora de crimes de guerra morta em um ataque de míssil russo em um café no leste da Ucrânia.
Victoria Amelina, 37, morreu em 1º de julho devido aos ferimentos sofridos durante um ataque de 27 de junho, que matou outras 12 pessoas quando as forças russas atingiram um restaurante lotado de civis na cidade de Kramatorsk, na linha de frente.
Ela era uma escritora e romancista premiada que também começou a pesquisar as atrocidades russas após a invasão em grande escala da Ucrânia em fevereiro de 2022.
Colegas descreveram Amelina, que nasceu na cidade de Lviv, no oeste do país, como uma pessoa ferozmente dedicada a buscar justiça e promover a causa da Ucrânia no cenário internacional.
"Ela era uma verdadeira defensora da verdade. Ela era extraordinariamente persistente", disse Roman Avramenko, diretor executivo da Truth Hounds, uma ONG que documenta crimes de guerra russos, a jornalistas após a cerimônia.
Uma grande variedade de escritores, jornalistas e outros intelectuais públicos afluíram à Catedral de São Miguel, com seu domo dourado, para prestar homenagem. Parentes e amigos desmoronaram ao passar pelo caixão de Amelina.
Amelina frequentemente viajava pelo território ucraniano recém-libertado para reunir evidências das atrocidades de Moscou.
Perto da cidade oriental de Izium no ano passado, ela recuperou um diário do escritor Volodymyr Vakulenko, que o havia enterrado antes de ser morto pelas forças de ocupação russas.
Amelina ajudou a apresentar um livro que incluía suas participações em um grande festival em Kiev poucos dias antes de sua morte.