Por Mariano Valladolid e Jon Nazca
MÁLAGA, Espanha (Reuters) - Quando o ator espanhol Antonio Banderas precisa de uma opinião honesta sobre seu novo trabalho como empresário teatral, ele recorre a sua filha Stella, que ele contratou como segunda assistente de direção para a produção do musical "Company".
Banderas, protagonista de "A Máscara do Zorro" e dezenas de outros títulos, vai dirigir e protagonizar uma versão em espanhol do espetáculo da Broadway de 1970 (de Stephen Sondheim), que ganhou seis prêmios Tony, em sua cidade natal Málaga, na Espanha.
"Quando voltamos para casa depois dos ensaios ou estamos jantando, é quando faz seu trabalho", disse ele a repórteres nesta quinta-feira.
"Eu a faço perguntas diretas e ela me dá respostas diretas. Ela está desempenhando uma função interessante", disse ele, acrescentando que sempre confiou nas opiniões da filha.
O ator de 61 anos abriu o Teatro Soho em Málaga há dois anos como um centro sem fins lucrativos para a produção, treinamento e promoção das artes cênicas.
Após um primeiro ano de sucesso, a pandemia de Covid-19 o forçou a interromper a atividade.
"Company", que nunca foi apresentada em espanhol, estreará no dia 17 de novembro e foi adaptada para um público moderno, com permissão do autor Stephen Sondheim.
"É um musical culto, escrito por uma das grandes lendas vivas da Broadway, complexo, sem uma narrativa tradicional, se move com 'sketches' e com um personagem central que vagueia, que tem tribulações, reflexões sobre sua vida e o compromisso que ele adquire com seu círculo", disse Banderas em evento de promoção do show.
Banderas, que deixou de atuar no futebol após uma lesão durante a juventude, ganhou fama como o elegante protagonista de vários filmes de Pedro Almodóvar na década de 1980, incluindo "Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos".
Ele encontrou o estrelato em Hollywood na década de 1990, dividindo a tela com Tom Hanks em "Filadélfia" e com Brad Pitt em "Entrevista com o Vampiro".
Mais recentemente, ele estrelou o filme autobiográfico de Almodóvar "Dor e Glória", que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de melhor ator em 2020.
(Por Emma Pinedo)