13 Out (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira que, caso reeleito, vai trabalhar pela aprovação no Congresso de uma proposta de redução da maioridade penal, destacando o fato de que os parlamentares eleitos em 1º de outubro teriam inclinação para avançar com essa medida.
"O Congresso eleito atualmente foi muito mais para a centro-direita, então pautas como a redução da maioridade penal --obviamente caso eu seja reeleito-- nós implementaremos. Podemos dizer, sim, temos muita chance para reduzir a maioridade penal", disse ele, durante agenda de campanha em Recife.
"Então a molecada que rouba celular para tomar cervejinha, vai acabar essa mamata. E a grande maioria dos jovens que são responsáveis vão ganhar a sua carteira nacional de habilitação", completou.
TUMULTO
A confusão criada na véspera no santuário de Aparecida (SP) por apoioadores de Bolsonaro, que hostilizaram a imprensa e vaiaram arcebispo que celebrava a missa, tiveram grande repercussão nas redes da internet, com menções majoritariamente negativas ao presidente.
Levantamento da Quaest "Bit by Bit" aponta que 44% das menções nas redes tiveram caráter negativo, enquanto 19% foram favoráveis a Bolsonaro, que insistiu em participar do evento religioso mesmo após nota da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), de terça-feira, em que lamentou o que chamou de "intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno".
Ainda de acordo com a Quaest, os comentário negativos partiram da oposição e concentraram-se no mote de que o presidente estaria tirando proveito político da religião, desrespeitando e fé e não estaria agindo como um bom cristão.
Já as menções positivas tiveram como fonte aliados de Bolsonaro, incluindo seus filhos, e focaram-se em reforçar valores cristãos que seriam atribuídos ao presidente. Também tiveram como tema o que sustentam ter sido uma boa recepção da população de Aparecida ao candidato.
PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu suspender liminarmente a veiculação de inserções que foram ao ar a partir de 9 de outubro pela campanha à reeleição de Bolsonaro em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é chamado de ladrão e corrupto.
Na decisão, o ministro do TSE Paulo de Tarso Sanseverino considerou que a propaganda é ilícita ao fazer essas atribuições a Lula porque não observaria a legislação eleitoral e a garantia constitucional da presunção de inocência.
"Na espécie, de outro vértice, não há mera menção a fatos pretéritos referentes às condenações posteriormente anuladas pelo STF, mas atribuições ofensivas que desborda da mera crítica política", disse o magistrado.
(Por Ricardo Brito e Maria Carolina Marcello)