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Crise política afeta confiança, mas inflação e menos juro evitam piora maior, dizem analistas

Publicado 03.07.2017, 14:46
Atualizado 03.07.2017, 14:50
© Reuters.  Crise política afeta confiança, mas inflação e menos juro evitam piora maior, dizem analistas

Por Luiz Guilherme Gerbelli

SÃO PAULO (Reuters) - A crise política que atinge o governo Michel Temer desde meados de maio interrompeu a trajetória de recuperação da confiança na economia brasileira, mas a inflação mais branda e a queda da taxa básica de juros devem evitar maior deterioração nos próximos meses.

"O meu cenário-base é que a confiança deve ficar estável ao longo dos próximos meses, com possibilidade de leve alta até o fim do ano", afirmou o superintendente de estatísticas públicas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Aluísio Campelo.

Nas leituras de junho feitas pela FGV, a confiança do consumidor caiu e devolveu a alta de maio, enquanto que a do comércio recuou ao nível de março e a da indústria voltou para o patamar de fevereiro. Por fim, também em junho, a de serviços teve a maior queda desde setembro de 2015.

Para Campelo, a crise em torno de Temer, denunciado por crime de corrupção passiva após delações de executivos do grupo J&F, impacta negativamente o crescimento da economia brasileira, mas não o suficiente para jogá-la de volta à recessão vivida nos dois últimos anos.

"As empresas voltaram a ter lucro e os consumidores ajustaram parte do seu orçamento. Existe alguma força empurrando a atividade para frente", disse ele, citando a inflação menor (abaixo de 4 por cento) e a taxa básica de juros cadente, que ajudam na melhora da renda da população e nos investimentos.

Pesquisa Focus do Banco Central, que ouve semanalmente uma centena de economistas, tem mostrado sucessivos cortes nas projeções de inflação para 2017 e 2018, em ambos os casos abaixo da meta oficial. Isso abre espaço para mais reduções na Selic, hoje em 10,25 por cento ao ano, barateando os custos dos empréstimos para as famílias e empresas.

Outro sinal de que a confiança não deve se deteriorar muito daqui para frente é o fato de a percepção das condições atuais estarem praticamente ilesas. Pelo menos é o que mostra o levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), cujo índice de confiança caiu 1,8 ponto em junho, a 51,9 pontos, permanecendo acima dos 50 pontos, o que ainda indica confiança.

O recuo do indicador, entretanto, ocorreu exclusivamente pelas expectativas dos empresários, que foi a 54,9 pontos, com as condições atuais dos negócios permanecendo em 46 pontos.

"Ainda não se percebe uma contaminação em variáveis reais do setor, como faturamento e produção", afirmou o economista da CNI Marcelo Azevedo, acrescentando que o cenário político é incerto e que, se houver piora, a confiança será abalada com mais força.

A grande incerteza que envolve o cenário político é se o governo Temer vai se mostrar paralisado politicamente, como ocorreu no fim da gestão da ex-presidente Dilma Rousseff.

"Quanto mais tempo o ambiente político ficar conturbado, pior", disse o assessor econômico da Fecomércio-SP, Fabio Pina.

(Edição de Patrícia Duarte)

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