TÓQUIO (Reuters) - Os sinais crescentes de melhora na economia do Japão apresentaram ao banco central um novo desafio de comunicação, pressionando para que ele seja mais claro com os mercados sobre como pode reduzir seu forte estímulo --mesmo que essa ação continue muito distante.
O Banco do Japão enfrenta um complicado exercício de equilíbrio, de acordo com pessoas familiarizadas com o pensamento das autoridades, já que deve convencer as pessoas de que tem uma estratégia confiável para encerrar o estímulo sem desestabilizar o mercado de títulos.
"Não há sentido em elaborar uma estratégia futura de encerramento quando a inflação permanece em zero", disse uma das fontes. "Mas é importante que o Banco do Japão mostre que não está sem um plano".
A tarefa é ainda mais difícil para o Banco do Japão, dizem analistas, porque a credibilidade já foi prejudicada pela incapacidade de chegar perto da meta de inflação de 2 por cento, apesar de quatro anos de impressão de dinheiro.
O impacto no mercado de uma comunicação mal conduzida também pode ser maior, com o balanço do banco central em 90 por cento do Produto Interno Bruto nominal do Japão --o triplo da proporção do Banco Central Europeu e quase quatro vezes a do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos.
Ainda assim, o Banco do Japão se sente compelido a falar mais abertamente sobre uma saída, dizem as fontes familiarizadas com seu pensamento, uma vez que a melhora da economia --que agora passa por seu período mais longo de expansão em uma década-- provocou pedidos de alguns políticos por clareza em uma futura retirada do estímulo.
"A prioridade é enfatizar que a política ultrafrouxa do Banco do Japão permanecerá intacta", disse outra fonte. "Dito isso, há margem para melhorar" a comunicação além de repetir que o debate sobre uma estratégia de encerramento é prematuro, disse a fonte.
(Por Leika Kihara)