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ENTREVISTA-Governo acerta com Previdência, mas erra na política monetária, diz ex-ministro Mendonça de Barros

Publicado 11.05.2017, 15:55
Atualizado 11.05.2017, 16:00
© Reuters.  ENTREVISTA-Governo acerta com Previdência, mas erra na política monetária, diz ex-ministro Mendonça de Barros

Por Luiz Guilherme Gerbelli

SÃO PAULO (Reuters) - O governo do presidente Michel Temer acerta ao encampar a reforma da Previdência, mas falha na condução da política monetária, que ainda tem mantido os juros básicos em níveis muito elevados e, assim, prejudicado a recuperação da economia brasileira, segundo o economista e ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros.

Embora considere a aprovação da reforma da Previdência como certa, ele avalia que as mudanças vão ser suficientes apenas no curto prazo, para um período de até seis anos. Dessa forma, o vencedor da eleição presidencial de 2018 vai ter de se debruçar novamente sobre o tema se não quiser que as contas públicas saiam de novo do controle.

"Eu não me preocupo mais. A reforma da Previdência está aprovada por uma simples razão: essa elite política que está aí --formada por PMDB, PSDB e pelo próprio Temer-- ou aprova ou está destruída", disse Mendonça de Barros em entrevista à Reuters na quarta-feira. "Se não aprovar a Previdência, o país desmorona".

A mudança no sistema previdenciário é apontada como fundamental para colocar as contas públicas em ordem e fazer o país entrar em rota de crescimento novamente, depois de dois anos seguidos de forte recessão. Para garantir a aprovação, Temer já fez série de concessões em busca de mais apoio parlamentar.

Na terça-feira, a comissão especial da Câmara dos Deputados encerrou a votação dos destaques e agora o texto segue para o plenário da Casa.

Historicamente ligado ao PSDB, Mendonça de Barros tem sido presente no debate econômico nos últimos anos. Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), foi presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e ministro das Comunicações, um dos responsáveis pela privatização da Telebras.

O lado que o governo Temer está errando na condução da economia é a política monetária, acrescentou Mendonça de Barros. Para ele, a Selic já poderia estar em 8 por cento, muito longe dos 11,25 por cento de agora e ajudando na retomada da atividade ao estimular o consumo por meio de juros menores.

Na avaliação dele, se o Banco Central tivesse sido mais agressivo no corte da taxa básica de juros desde o início, a economia brasileira estaria com desempenho melhor, o que ajudaria a sustentar o discurso reformista do governo.

"O BC inverteu a lógica, de primeiro aprovar a Previdência para depois reduzir os juros. A lógica não é essa. Os juros caem para ajudar a aprovar (as reformas)", afirmou.

O BC começou o atual ciclo de redução dos juros em outubro passado, já tendo feito dois cortes de 0,25 ponto cada na Selic, dois de 0,75 ponto e um de 1 ponto. Segundo a pesquisa Focus, o mercado acredita que a taxa fechará este ano a 8,50 por cento.

DESAFIO

Com a aprovação da reforma da Previdência, Mendonça de Barros disse que se encerra a primeira etapa do governo Temer, formada por um tripé: aprovação de reformas, ancoragem de expectativas da economia e lidar com o estouro da bolha no consumo.

A segunda etapa do governo Temer será a de acelerar o crescimento econômico. Na avaliação dele, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil pode avançar entre 3,5 e 4 por cento no ano que vem.

"Esse crescimento é suficiente para mudar a expectativa da sociedade, mas a questão de transformar isso num crescimento de mais longo prazo é do próximo presidente da República", afirmou.

Nesse cenário de retomada econômica em 2018, Mendonça de Barros acredita que um candidato com perfil de centro-direita deve se beneficiar na eleição presidencial.

"O mercado tem um 'call' majoritário de que as coisas vão andar bem. E eu acho que o Temer entendeu esse papel de pinguela já dito pelo Fernando Henrique", afirmou. "O governo atual é uma transição para o período de 'despetização' da economia", acrescentou, referindo-se ao governos do PT entre 2003 e 2016.

(Edição de Patrícia Duarte)

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