BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, Delcídio Amaral (PT-MS), afirmou nesta terça-feira que a independência do Banco Central é tema delicado e não será incluído no projeto de lei que trata do sistema financeiro nacional.
A discussão sobre a independência do BC voltou à baila após o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sugerir que o tema fosse incluído no debate sobre medidas fiscais, em meio às negociações sobre o projeto que trata da troca do indexador da dívida dos Estados e municípios.
Questionado por jornalistas após audiência da CAE sobre a manutenção desse ponto no projeto de Lei Complementar 102/2007, que disciplina o sistema financeiro nacional, o senador, que assumiu a relatoria do projeto, afirmou que não tem a intenção de tratar do assunto agora.
"Estou fazendo a lição de casa disso aí agora, pretendo conversar com senadores, com o ministro (da Fazenda, Joaquim) Levy, porque acho que esse pacote de medidas é importante, mas a questão do Banco Central é delicada e não há entendimento claro com relação ao Banco Central independente", disse.
"Entendo que o Banco Central do jeito que hoje está tem independência e tem apresentado trabalho que toda população brasileira acompanha", completou.
A autonomia formal do BC foi um grande tema das eleições presidenciais do ano passado. A campanha pela reeleição da presidente Dilma Rousseff atacou pesadamente a proposta de independência sugerida pela candidata Marina Silva (PSB), afirmando que a medida iria conferir a banqueiros o poder de decidir sobre taxa de juros, emprego e salários.
(Por Marcela Ayres)