Por William James
LONDRES (Reuters) - O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que a saída britânica da União Europeia, o chamado Brexit, irá se mostrar uma boa coisa e que outros países podem seguir o Reino Unido para fora da UE, e prometeu fechar um acordo comercial bilateral rapidamente com o Reino Unido.
Falando em entrevista ao jornal londrino The Times dias antes de sua posse na sexta-feira, Trump se descreveu como um grande fã do Reino Unido, e apoiou o referendo britânico do ano passado para deixar a União Europeia.
"Acho que o Brexit vai acabar sendo uma grande coisa", disse Trump. "Te digo, o fato de que sua libra esterlina caiu? Ótimo. Porque os negócios são inacreditáveis em muitas partes do Reino Unido".
O resultado da votação de 23 de junho foi surpreendente para muitos investidores e executivos, gerando a maior incerteza política e financeira no Reino Unido desde a Segunda Guerra Mundial e a maior queda em um dia da libra contra o dólar.
A eleição de Trump levantou perguntas sobre o futuro da chamada "relação especial" que tem sustentado laços próximos entre o Reino Unido e EUA por décadas.
Mas, na entrevista publicada no domingo, Trump mostrou seus laços ancestrais ao Reino Unido, dizendo que sua mãe escocesa estaria "muito orgulhosa" da rainha Elizabeth e que está ansioso para fechar um acordo comercial.
"Iremos trabalhar duro para fazê-lo rapidamente e de maneira própria. Bom para ambos os lados", disse Trump. "Irei me encontrar com (a primeira-ministra britânica, Theresa) May. Ela está pedindo um encontro e iremos ter um encontro assim que eu entrar na Casa Branca... e iremos ter algo feito rapidamente".
Trump ainda previu que mais países irão buscar seguir o exemplo britânico e deixar a UE.
"Acredito que outros irão sair", disse. "Se refugiados continuarem chegando em diferentes partes da Europa... Acho que vai ser muito difícil continuar assim, porque as pessoas estão nervosas sobre isto".
Trump também criticou a chanceler alemã, Angela Merkel, cujas políticas de portas abertas permitiram a entrada de cerca de 1,1 milhão de refugiados da Síria, Iraque, Afeganistão, entre outros, na Alemanha desde meados de 2015, chamando a política de imigração alemã de erro catastrófico.