SÃO PAULO (Reuters) - O mercado de galpões industriais na cidade de São Paulo é o maior da América do Sul, seguido pelo da cidade do Rio de Janeiro e superando o de lugares como Bogotá e Buenos Aires, mostrou um estudo da empresa imobiliária global Cushman & Wakefield divulgado nesta quinta-feira.
Segundo o estudo, a capital paulista tem uma área de galpões equivalente a 490 metros quadrados por mil habitantes, seguida pelo Rio, com 440 metros quadrados, enquanto em Bogotá e Santiago essa área é de cerca de 275 metros quadrados e, em Buenos Aires e Lima, de 160 metros quadrados.
A área metropolitana de São Paulo em geral também lidera em estoque logístico na região sul-americana, disse à Reuters o economista de pesquisa da Cushman & Wakefield no Brasil, Fernão Ferreira.
O levantamento acrescenta que houve em 2023 um aumento na locação de galpões logísticos em toda a América do Sul, com quase 50% de toda a demanda concentrada em SP, com Guarulhos (346 mil m²) e Barueri (103 mil m²) respondendo pelas maiores absorções líquidas anuais entre os mercados monitorados.
Em 2023, a absorção líquida -- áreas locadas menos as devolvidas -- representou cerca de 369 milhões de reais em SP, 71 milhões em MG e 14 milhões no RJ, considerando o valor médio pedido por metro quadrado, afirmou a Cushman & Wakefield, ressaltando que os valores são estimativas e não representam um valor financeiro real transacionado.
De acordo com os cálculos da empresa, utilizando dados de diferentes fontes, o mercado brasileiro de galpões gira em torno de 77 bilhões de reais (total de condomínios logísticos do país), com um "cap rate" de 10,9%, considerando o cálculo do valor médio das locações com valor do metro quadrado vendido.
Em relação às projeções para 2024, o chefe de pesquisa de mercado e inteligência de negócios da Cushman & Wakefield no Brasil, Dennys Andrade, disse à Reuters que o valor adicional estimado para o período é de 207,4 milhões de reais, distribuídos por 720 mil metros quadrados pré-locados.
"Temos aproximadamente 2 milhões de metros quadrados previstos para entregar ao longo deste ano. Como 90% disso será em SP e MG, podemos considerar um preço pedido de 24 reais por metro quadrado. Nosso dado atual é de que aproximadamente 36% das novas entregas são pré-locadas o que resultaria em 720.000 metros quadrados", acrescentou.
Segundo Ferreira, economista da Cushman, o valor pode ser ainda maior, já que a estimativa considera apenas pré-locações ao longo do ano.
"Isso é o que a gente tem de concreto", afirmou. "O restante desses dois milhões provavelmente será absorvido assim que for entregue... e também tem as áreas que já estão prontas e já estão vagas, que podem ser absorvidas também."
(Reportagem de Patricia Vilas Boas)